PETIÇÃO para que a aerogare civil das Lajes se passe a chamar AEROPORTO HUMBERTO DELGADO
Para: Governo Regional dos Açores
AEROPORTO
HUMBERTO DELGADO
É do conhecimento histórico que o General Humberto Delgado foi um dos grandes responsáveis do Acordo dos Açores, tendo sido o “pai-político” da Base das Lajes.
O General Humberto Delgado redigiu o Blue Report, com as indicações para a construção da pista, para os britânicos. Ainda como Major-Aviador, Humberto Delgado, acompanhou de perto a execução das obras do Aeródromo das Lajes.
Em Outubro de 1943, Delgado estava em Londres e Bromet, o Comandante britânico para a Terceira, consultou-o para conhecer melhor a Ilha. Humberto Delgado forneceu-lhe dados preciosos para o desembarque britânico na Ilha Terceira, no Porto das Pipas, em Angra do Heroísmo, estabelecendo o seu Quartel-general no Castelo de S. Sebastião.
Mais tarde, quando os norte-americanos desembarcaram na Terceira, em Janeiro de 1944, com o intuito de aumentar a pista das Lajes, Humberto Delgado foi enviado por Salazar para a Terceira, uma vez que já a experiência de ter preparado a concessão de facilidades e já conhecia bem os propósitos britânicos com quem mantinha uma boa relação. Chegaria no dia 5 de Fevereiro de 1944, e imediatamente Humberto Delgado encarregou-se da supervisão dos terrenos a comprar e da obra. Procurou delinear um Projeto que não obrigasse à demolição de muitas casas, mas sim ao uso de terrenos de pastagem. A missão liderada pelo futuro General Humberto Delgado teve, por isso, uma forte componente social e económica, pois analisou a repercussão dessas requisições na população, e isso valeu-lhe a simpatia local. Devido à eficiência demonstrada foi-lhe outorgada a Ordem do Império Britânico. Humberto Delgado esteve ainda uma vez mais nos Açores, entre 17 de Julho e 9 de Agosto de 1944, em plena ponte aérea norte-americana.
Em 1944, foi nomeado director do Secretariado da Aviação Civil e, em 1945, fundou os Transportes Aéreos Portugueses (TAP) e criou as primeiras linhas aéreas de ligação com Angola e Moçambique. Entre 1947 e 1950, foi representante de Portugal na Organização Internacional de Aviação Civil, em Montreal, Canadá.
Existe já um miradouro em homenagem a Delgado. Mas é preciso reavivar e conservar a memória local e nacional de um homem que teve um papel importante na História recente de Portugal em geral, e da Terceira em particular. Foi “Homem dos Açores”, verdadeiro. Apesar de ter tido preocupações militares, nunca esqueceu a população e que, como poucos, sobre preservar, os direitos locais e respeitar a vivência dos terceirenses. Homens como ele, que lutaram pelo que acreditaram e que procuraram o seu sonho, são um exemplo para os aviadores militares de hoje.
Um Terminal de Passageiros é o melhor lugar para perpetuar esses valores, um lugar onde passam sonhos e vontades de procurar novos horizontes, gentes que chegam de longe e outras que vão para longe.
Considerando tudo o que está acima exposto, pede-se que a actual “Aerogare Civil das Lajes”, um Terminal de Passageiros, se passe a chamar de Aeroporto Humberto Delgado, que é uma justa homenagem e torna maior o conhecimento público do General Humberto Delgado.
