Petição Em defesa da NOSSA LÍNGUA PORTUGUESA, estamos contra o (des)acordo ortográfico
Para: Assembleia da República; Primeiro-Ministro; Ministério da Educação.
Por favor, conceda cinco minutos do seu tempo à leitura da Declaração desta Petição. Obrigado.
Já começamos a ver e a sentir os efeitos do Novo Acordo Ortográfico que entrou em vigor em Janeiro de 2009. Encontramo-nos em pleno período de transição de 6 anos em que ainda se pode usar a grafia actual, o que significa que em 2015 entra definitivamente em vigor o novo acordo ortográfico, tornando-se obrigatório.
Serve esta petição para alertar para TODAS AS ALTERAÇÕES que este novo acordo ortográfico implica – desengane-se se pensa que apenas vamos eliminar as consoantes “mudas”. As implicações vão muito para além disso, banindo os princípios que fazem da língua de Camões, A NOSSA LÍNGUA, desconfigurando o carácter e a essência derivados do latim que se introduziu na Península Ibérica há dois mil anos – NÃO PODEMOS PERMITIR QUE DESTRUAM ESTA NOSSA HERANÇA CULTURAL.
A Língua Portuguesa é a quinta língua mais falada no mundo, a mais falada no hemisfério sul, a terceira mais falada no mundo ocidental. Com isto não queremos dizer que desprezamos as Línguas baseadas no Português que surgiram em todo o mundo – queremos dizer que A NOSSA LÍNGUA, QUE DEU ORIGEM A OUTRAS, deve manter-se fiel às características que estiveram na sua génese e não vergar-se a um único padrão que deixará de reflectirá as nossas origens culturais. NÃO SOMOS CONTRA A EVOLUÇÃO, MAS DEFENDEMOS ALGO MUITO MAIS VALIOSO DO QUE A ETIMOLOGIA DAS NOSSAS PALAVRAS – A NOSSA CULTURA!
Uma das bandeiras do Novo Acordo Ortográfico é a “unificação de todos os países de língua oficial portuguesa” – se a língua oficial é a portuguesa, porque deve ser esta a sucumbir perante as que não são oficiais? Este princípio é válido para todos: para nós que queremos manter a nossa Língua tal como a conhecemos, como para todas as outras Línguas e padrões que têm nelas os seus traços e identidades culturais. A LÍNGUA PORTUGUESA NÃO DEVE SER MAIS UM EFEITO COLATERAL DA GLOBALIZAÇÃO.
Outro argumento a favor do Novo Acordo Ortográfico baseia-se na “simplicidade do ensino e aprendizagem”. Tanto se critica o facilitismo de que o nosso sistema de ensino tem vindo a ser alvo, tanto se escreve e debate sobre os preocupantes e declinantes níveis culturais dos nossos jovens, e ainda vamos simplificar mais o que de mais único, comum e transversal temos às diversas áreas do conhecimento? Se o “conhecimento” já era tão fácil de alcançar com apenas um "click", melhor agora, que já não temos de nos preocupar com o português-brasileiro em que ele nos chega.
O Novo Acordo Ortográfico é um total desrespeito pela etimologia das palavras, e sobre o qual os nossos governantes não permitiram sequer que nos manifestássemos – não podemos subjugar-nos a esta implementação sem que, pelo menos, a nosso opinião seja ouvida: QUEREMOS UM REFERENDO SOBRE O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO.
A adaptação ao Novo Acordo Ortográfico será um PROCESSO DISPENDIOSO. Portugal estará brevemente em recessão económica, e vamos gastar o dinheiro que não temos a reformular manuais escolares (cujo preço se vai reflectir no consumidor), sinaléticas e noutras e inúmeras despesas gerais?
O QUE MUDA AFINAL COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO?
- O alfabeto passará a ter 26 letras, incluindo assim “K”, “W” e “Y” – o que, devido a todos os estrangeirismos que utilizamos diariamente, não é de todo desapropriado.
- As maiúsculas desaparecem: meses do ano, dias da semana, pontos cardeais, expressões de tratamento (exmo. sr.), sítios públicos e edifícios (praça da república), disciplinas ou campos do saber (história, português) passam a ser escritos em minúsculas; em títulos, só a primeira letra deve ser maiúscula (Histórias da terra e do mar).
- Para aproximar a oralidade à escrita, teremos a supressão de consoantes mudas (que em alguns casos vai gerar confusão): ação, reação, ato (de atar ou de acto?), atual, teto, projeto, adoção, conceção, percecionar, anticoncecional.
- Supressão de acentos gráficos: vêem -» veem; lêem -» leem; pêra -» pera. As palavras acentuadas no ditongo "oi" e "ei" também perdem o acento: paleozóico -» paleozoico; ideia -» ideia.
- Supressão do hífen: ultrassons; contrarrelógio; ultrarrápido; extraescolar; autoestrada; hei de; hás de.
- Dupla grafia em algumas palavras: Amnistia -» Anistia; Concepção -» Conceção; Neptuno -» Netuno.
O Novo Acordo Ortográfico não vem uniformizar as diferenças que existem entre as línguas que derivaram do Português. Vem, de facto, aniquilar e amputar o que resta do nosso carácter românico. Este facilitismo disfarçado de uniformização vem apenas e tão só depreciar a existência da nossa Língua e o substrato da cultura portuguesa.
Não cabe à Língua Portuguesa Oficial traduzir-se a si própria para que sejamos capazes de comunicar. E é por tudo isto e mais alguma coisa, que a Língua Portuguesa não cabe neste Novo Acordo Ortográfico.
Qual a sua opinião?
|
Assinaram a petição
198
Pessoas
O seu apoio é muito importante. Apoie esta causa. Assine a Petição.
|