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Petição Os Professores exigem a marcação das 35 horas no seu horário

Para: AR, PR e Governo

Desde que José Socrates chegou ao poder, os professores têm sido, sistematicamente, enxovalhados, humilhados e tratados com muito pouca dignidade, pelos membros do Governo.
Os Professores foram acusados de incompetência, de falta de rigor, de preguiça e de não quererem perder privilégios, de não quererem ser avaliados... enfim...só faltou dizer que o pais está em crise por culpa dos professores.
Mesmo com o governo demissionário, continuam a ouvir-se as mais variadas opiniões sobre os professores, pondo em causa a sua dignidade profissional.
Porque entendemos que é necessário fazer justiça, exigimos respeito por uma classe que tem sido zelosa e dedicada, para com os seus alunos e para com o país.

Atentemos no exercício que vamos fazer que seguida, para provar, precisamente o contrário: Os professores, para além de não serem privilegiados, "roubam" muito tempo às suas obrigações familiares para o dedicarem à escola. Quantos profissionais o farão nesta medida?
Pois bem
O horário semanal de trabalho do professor é 35 horas. Dessas trinta e cinco, 11 horas (em alguns casos até são apenas dez) são destinadas ao seu trabalho individual, que cada um gere como entende. As outras 24 horas são passadas na escola, a leccionar, a dar apoio, em reuniões, em aulas de substituição, em funções de direcção de turma, de coordenação pedagógica, etc., etc.
Bom, centremo-nos naquelas 11 horas que estão destinadas ao trabalho que é realizado pelo professor fora da escola (já que na escola não há quaisquer condições de o realizar): preparação de aulas, elaboração de testes, correcção de testes, correcção de trabalhos de casa, correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo, investigação e formação contínua. Agora, vamos imaginar que um determinado professor, tem 5 turmas, 3 níveis de ensino, e que cada turma tem 25 alunos (há casos de professores com mais turmas, mais alunos e mais níveis de ensino e há casos com menos - ficamos por uma situação média). Para sabermos o quanto este professor trabalha ou descansa, temos de contar as suas horas de trabalho.
Vamos lá, então, contar:
1. Preparação de aulas: considerando que tem duas vezes por semana cada uma dessas turmas e que tem três níveis diferentes de ensino, o referido professor precisa de preparar, no mínimo, 6 aulas por semana ( consideramos, hipoteticamente, que as turmas do mesmo nível são exactamente iguais -- o que não acontece -- e que, por isso, quando prepara para uma turma também já está a preparar para a outra turma do mesmo nível). Vamos considerar que a preparação de cada aula demora 1 hora. Significa que, por semana, despende 6 horas para esse trabalho. Se o período tiver 14 semanas,que é uma média razoável, o professor gasta um total de 84 horas nesta tarefa.
2. Elaboração de testes: imaginemos que o professor em questão realiza, por período, dois testes em cada turma. Significa que tem de elaborar dez testes. Vamos imaginar que ele consegue gastar apenas 1 hora para preparar, escrever e fotocopiar o teste (e estamos a ser muito poupados...), quer dizer que consome, num período, 10 horas neste trabalho.
3. Correcção de testes: o nosso professor tem, como vimos, 125 alunos, isto implica que ele corrige, por período, 250 testes. Vamos imaginar que ele consegue corrigir cada teste em 25 minutos (o que, em muitas disciplinas, seria um milagre, mas vamos admitir que sim, que é possível corrigir em tão pouco tempo), demora mais de 104 horas para conseguir corrigir todos os testes, durante um período.
4. Correcção de trabalhos de casa: consideremos,ainda, que o tal professor só manda realizar trabalhos para casa uma vez por semana e que corrige cada um em 10 minutos. No total são mais de 20 horas (isto é, 125 alunos x 10 minutos) por semana. Como o período tem 14 semanas, temos um resultado final de mais de 280 horas.
5. Correcção de trabalhos individuais e/ou de grupo: vamos pensar que o professor manda realizar apenas um trabalho de grupo, por período, e que cada grupo é composto por 3 alunos; terá de corrigir cerca de 41 trabalhos. Vamos também imaginar que demora apenas 1 hora a corrigir cada um deles (um professor que veja este cálculo até é capaz de achar graça...), dá um total de 41 horas.
6. Investigação: consideremos que o professor dedica apenas 2 horas por semana a investigar, dá, no período, 28 horas (2h x 14 semanas).
7. Acções de formação contínua: para não atrapalhar as contas, nem vou considerar este tempo.
Vamos, então, somar isto tudo:
84h+10h+104h+280h+41h+28h=547 horas.
Multipliquemos, agora, as 11horas semanais que o professor tem para estes trabalhos pelas 14 semanas do período: 11hx14= 154 horas.
Ora 547h-154h=393 horas. Significa isto que o professor trabalhou, no período, 393 horas a mais do que aquelas que lhe tinham sido destinadas para o efeito.
Mas... dirão os que nos consideram privilegiados: - Mas há as férias, do natal, da Páscoa... e por aí fora.
Vamos ver, de seguida, quantos dias úteis de descanso tem o professor no Natal.
No Natal, por exemplo, as aulas terminam no dia 18 de Dezembro. Os dias 19, 22 e 23 serão para realizar Conselhos de Turma, portanto, terá descanso nos seguintes dias úteis: 24, 26, 29 30 e 31 de Dezembro e dia 2 de Janeiro. Total de 6 dias úteis. Ora 6 dias vezes 7 horas de trabalho por dia dá 42 horas. Então, vamos subtrair às 393 horas a mais que o professor trabalhou as 42 horas de descanso que teve no Natal, ficam a sobrar 351 horas. Quer dizer, o professor trabalhou a mais 351 horas!! Isto em dias de trabalho, de 7 horas diárias, corresponde a 50 dias!!! O nosso professor, tem um crédito sobre o Estado de 50 dias de trabalho.
Por outras palavras, o Estado tem um calote de 50 dias para com o professor que é um privilegiado, um malandro, que não gosta de trabalhar nem de ser avaliado...

Pois é, parece mentira, mas é isto que o Estado deve, em média, a cada professor no final de cada período escolar.
Ora, como o Estado somos todos nós, onde se incluem os que nos consideram os tais privilegiados, significa que, afinal,o país está em dívida para com o professores. E ao contrário daquilo que se afirma, os professores não descansam muito, descansam pouco!

Assim, tendo em conta a forma como vêm sendo tratados, os professores exigem que lhes sejam marcadas as 35 horas no seu horário.
Poderão, desta forma todos ficar mais tranquilos, porque os professores passarão a cumprir um horário rígido, como qualquer funcionário e poderá o professor ir para sua casa mais tranquilo, porque deixará de levar a escola para casa e assim, dedicar à sua família o tempo que lhe tem sido "roubado" pela escola.



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Esta petição foi criada em 28 março 2011
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