Petição Pela demissão imediata do Governo
Para: Exmo Sr. Presidente da República
Exmo Sr. Presidente da República
Vimos por este meio pedir que acabe com este estado de coisas de uma vez e assim que possa dissolva a AR. O senhor, melhor do que qualquer outro político pois já passou pela contestação enquanto Primeiro-Ministro, saberá que há alturas na vida de um país em que a situação se torna insustentável política e socialmente e torna-se necessário parar. Mudar. Corrigir.
E é imperativo que isto seja feito antes que um povo melindrado, por exaustão e revolta, tente mudar o estado de coisas da pior forma. E neste país em absoluta decadência e governado em demência o senhor é a única pessoa com a capacidade de o fazer sozinho, sem moções ou revoluções. Sabemos que precisa de razões imperativas para "implodir" a AR, mas passamos desde já a explicar porque achamos que o deve fazer o quanto antes:
O país encontra-se em estado letárgico. Semi-inconsciente. Arrastado. Sente-se hoje nas ruas, nas mentes e na opinião formada (93% dos portugueses acham a situação económica má ou muito má). Vivemos numa democracia é certo, mas uma democracia não é só legitimar um governo através do maior número de votos obtidos por determinado partido em eleições. Viver em democracia deveria garantir a um povo, seja ele qual for, sentir-se protegido por quem o governa e não acossado, deveria ele sentir-se esperançado, confiante e não sem qualquer perspectiva de futuro. Impotente perante o que meia dúzia de pessoas notoriamente incompetentes estão a fazer a um país fantástico.
Viver em democracia deveria ser ver os jovens empregados, a construirem a sua vida e futuro e não sentados em bancos corridos com uma senha na mão à espera da sua sorte, a viverem à custa dos pais até aos 40. Em democracia não se brinca à economia e às empresas, não se expõe ao recibo verde quem cria, quem trabalha desalmadamente e não se encosta ou esmaga quem empreende de encontro a um muro de vazio. Numa democracia não se abatem e hipotecam gerações desta forma. Isto não é uma democracia. Isto não é nada. E é neste nada em que vivemos actualmente.E é este nada que tem de terminar.
Numa democracia deveríamos ver os idosos envelhecerem com qualidade e com pensões que lhes permitissem, ao fim uma vida de trabalho, viverem os últimos anos com dignidade e conforto. Viver em democracia deveria passar por ter trabalhadores satisfeitos e não permanentemente violentados por um governo sem vergonha, sem palavra ou carácter, que os está a roubar como nunca ninguém ousou fazer, nem em tempos de uma longa e penosa ditadura. Prometeu, não cumpriu, subiu impostos, pediu, pediu novamente, subiu novamente para estabilizar sabe-se lá o quê e ao dia de hoje os juros da divida a cinco anos estão nos 7,26%. Coisa nunca vista em tempo algum. O défice orçamental, esse, paga-o o contribuinte. Ninguém confia neste governo, nem a maioria dos portugueses, nem os países da UE, e muito menos os mercados internacionais. E a desconfiança gera instabilidade, incerteza, recessão e depressão.
Este governo é um fracasso e deve ser demitido. Não reformou. Transformou e multiplicou empresas públicas em colmeias de boys inúteis que protege descaradamente. Infestadas de negociatas e directores plantados. Não tem qualidade, responsabilidade, dignidade ou carácter. E pior, não tem vergonha. Não demonstra qualquer rumo ou orientação e quanto mais tarde cair pior será para quem pegar no que sobrou, seja que partido for, grupos ou alianças, com ou sem a presença do FMI. Derrubar o governo neste momento mais do que uma necessidade é uma obrigação. Cada dia que passa é mais um dia perdido. Não há outra solução. Pedimos-lhe por isso,enquanto único representante eleito directamente pelos cidadãos, que faça alguma coisa em nome de Portugal e dos portugueses.
O nosso obrigado.