Petição Pela verdade nos programas de entretenimento "Secret Story"

Para: Exmo. Sr. Dr. Carlo Magno, Presidente do Conselho Regulador da ERC
Exmo. Sr. Dr. José Fragoso, Director Geral da TVI (Televisão Independente, S.A.)
Exma Sra. Dra. Maria de Lurdes Guerreiro, Directora Geral da Endemol


Os signatários da presente petição, vêm solicitar a V. Ex.as a imposição de regras transparentes nos programas de entretenimento em que os telespectadores são chamados a participar.

As razões que motivam a presente, são:


1. Os programas de entretenimento devem ter regras publicadas

A presente edição do programa "Secret Story" na sua segunda edição, tem demonstrado que a produção não usa critérios de proporcionalidade quer nas actividades propostas aos concorrentes quer na aplicação de sanções aos mesmos.
Compreendemos que o formato do programa seja aberto, mas quando este influência directamente os participantes de um concurso que têm como objectivo a atribuição de um prémio monetário, a produção na voragem por share e receitas publicitárias não deva promover e denegrir concorrentes com as práticas discricionárias que tem vindo a ter.

Por essa razão os signatários exigem a publicação de regras mínimas publicadas para estes programas.


2. Compactos diários e Galas com uma edição de imagem isenta

Os telespectadores que têm acesso ao canal exclusivo "tvi DIRECT" na plataforma "MEO" têm vindo a assistir a situações que reflectiriam de forma mais transparente o voto nos concorrentes nomeados e que são excluídas na transmissão no canal generalista da TVI, nos seus diários e galas.
Independentemente da vertente de entretenimento que é o factor que nos faz assistir a estes programas, não deve a produção condicionar preferências como se tem assistido de forma gritante, a isto chama-se manipulação e os signatários querem que a produtora e a televisão que o emite pugnem pela verdade.


3. Uma decada de "reality shows" já é tempo de haver transparência

Desde a edição do formato "Big Brother" há quase 11 anos que se verificavam preferências alavancadas pelas apresentadoras dos concursos. A isto, os signatários não se opõem, porque cada um tem as suas.
O que não podemos aceitar é a produção condicionar a forma como os concorrentes votam para irem a nomeações com jogos (missões) feitos por medida.
Em todos estes anos, nunca assistimos a tanta intervenção da produção, e não aceitamos que esta assuma o papel de árbitro, juiz, júri e carrasco, não cremos que seja este o papel que deva desempenhar.


4. Votações auditadas por uma entidade independente.

No actual modelo, apenas existe regulamento para a atribuição de um prémio monetário aos telespectadores que usam o serviço telefónico de valor acrescentado.
Não existe qualquer escrutínio aos votos online em se pode votar centenas de vezes, ou a garantia que a produção não manipula as votações dos concursos.

Uma vez que os signatários não consideram que a Endemol/TVI esteja a actuar de forma isenta, solicitamos à ERC que intervenha criando regulamentação para que os promotores destes programas sejam forçados a ter um auditor independente a controlar a votação seja esta online ou telefónica.


5. Audiência, batalhas por share e capas de revistas condicionam os programas

Os signatários atentos que são, verificam que o critério que tem sido seguido "é que os fins justificam todos os meios", adulterando repetida e reiteradamente a verdade do programa.
Consideremos estes programas entretenimento ou não, os concorrentes julgam que à partida todos têm as mesmas chances de aceder ao prémio em disputa, o que se verifica é que ganha quem a produção promove.



Como se pode verificar nos sítios oficiais do programa (seja o website, seja a página oficial no Facebook) os telespectadores estão indignados pela ausência de regras, de proporcionalidade e até de bom-senso pelos promotores e dinamizadores destes programas.
Se os promotores desejam exercer o controle sobre estes programas de forma anárquica, sem qualquer julgamento por parte do público, então passem estes a programas com Júri, mas, se pedem a participação do público, então façam-no de forma isenta e sobretudo séria.


Porque sinceramente achamos que só com credibilidade e regras todos saem a ganhar, subscrevemos esta petição pedindo à produtora do programa e ao canal que o emite que reponham a verdade e minimamente respeitem o público que os presenteia com audiências e retorno publicitário.
Os concorrentes têm legitimas aspirações a "lutar" com isenção por um prémio monetário e não devem ser tratados como "cobaias".
Os telespectadores exigem transparência! E cabe ao criador do formato e à televisão que o emite a obrigação de serem credíveis.

À ERC solicita-se a vigilância destes formatos televisivos que como se verifica estão inquinados e condicionados pela combinação share/publicidade, sem existir qualquer auditoria de como estes são votados ou conduzidos. Pelo que solicitamos a criação de regulamentação.

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