Petição A Portuguesa do século XXI
Para: Assembleia da República
A Portuguesa do século XXI
A Portuguesa, um dos nossos símbolos nacionais, nasceu em 1890 como uma canção patriótica em resposta ao ultimato britânico contra a presença portuguesa em África, nos territórios definidos pelo Mapa Cor-de-Rosa.
Em 1956, existiam várias versões do hino. A melodia, bem como as instrumentações, tinham sido alvo da criatividade musical dos portugueses. Foi preciso estabelecer ordem e em 1957 foi aprovada em Conselho de Ministros a versão que hoje é conhecida. Desde então A Portuguesa não foi alterada.
O texto das estrofes ainda se aplica hoje, como em 1890 e como em 1957. É impressionante como ainda é tão actual. Mas o refrão precisa de ser actualizado. Precisa de ser mais chegado aos sentimentos portugueses da actualidade. Não é coisa fácil, mudar o texto de um símbolo nacional, mas já foi feito.
A versão original de 1890 rezava assim:
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela patria lutar!
Contra os Bretões
marchar, marchar!
Em 1957 esta letra não teria sido apreciada pelos nossos aliados e por isso foi alterada para a versão que ainda hoje é corrente:
Às armas, às armas!
Sobre a terra, sobre o mar,
Às armas, às armas!
Pela Pátria lutar!
Contra os canhões
marchar, marchar!
Mas agora estamos em 2011. Os tempos mudaram. As vicissitudes que o país enfrenta são diferentes. Talvez não menos ameaçadoras, mas já não podem ser resolvidas como nos meados do século passado, com ameaças de armas e canhões.
Hoje temos um Portugal que precisa de um coração virado para o futuro, para a prosperidade, para a dignidade humana, e menos para as confrontações bélicas, cuja época desejamos todos ver terminada quanto antes. Proponho o seguinte refrão mais actual:
Ó Pátria, ó pátria!
Sobre a terra e sobre o mar,
Ó Pátria, ó Pátria!
Por ti eu hei-de lutar!
Face à opressão
Jamais vergar!
Há aqui vontade de lutar. Há aqui resistência à opressão, seja ela qual for. Mas não há canhões.
Proponho a alteração do Hino Nacional segundo o exemplo acima descrito.
Seria um dia feliz para todos o dia em que as nossas crianças cantassem a clamar pelo orgulho de um “antes quebrar que torcer” face às opressões, mas sem ter de clamar por armas e canhões.