Petição Metro de Superfície para Lisboa
Para: Ministro das O.P.Transportes e Comunic. / Presidente da C.M.L. / Assembleia da República
1) Lisboa é, neste momento, das poucas capitais europeias que ainda não possui uma verdadeira rede de eléctricos rápidos (metros de superfície), semelhantes aos que já circulam no Porto e em Almada.
2) De há vários anos para cá, a Carris conseguiu destruir a quase totalidade da rede de eléctricos da nossa capital, e, embora diga por vezes o contrário, o interesse dos seus responsáveis tem estado focado única e exclusivamente nos autocarros, cuja frota actual, embora moderna e muito menos poluente do que a frota antiga, não está, só por si, à altura do que se espera ser uma rede de transportes à superfície de uma verdadeira cidade europeia.
3) A rede de metro subterrâneo já está suficientemente desenvolvida para servir de espinha dorsal dos transportes de Lisboa. Por outro lado, é de uma construção extremamente cara e, por vezes, problemática, como foi o caso do Terreiro do Paço.
4) A cidade necessita de uma rede intermédia de transportes, que, por um lado, complemente a rede de metro subterrâneo e, por outro, possa substituir vantajosamente várias linhas de autocarro, com a consequente melhoria a nível ambiental, comodidade e qualidade de transporte e fiabilidade de horários. Tudo isso irá gerar uma apetência por parte dos passageiros e atraír ainda mais clientes para o transporte público.
5) Já existe um embrião desta rede na actual linha 15 de eléctricos (Praça da Figueira - Algés). Esta linha precisa de sofrer um 'upgrade' e precisa de se transformar em rede com outras três ou quatro linhas para leste e para norte da cidade, nomeadamente para a Estrada de Benfica. A construção desta rede será, sem dúvida, muito mais barata do que a construção de mais prolongamentos de metro subterrâneo!
6) Esta rede de eléctricos rápidos foi uma promessa eleitoral do actual município e, até agora, está esquecida.
7) A articulação com a rede de eléctricos clássicos (rede das Colinas) é sempre possível: A cidade pode possuir duas bitolas (como p. ex. Estugarda e Sófia), ou, ainda melhor, a rede moderna poderá utilizar a bitola de Lisboa (90cm). A cidade austríaca de Linz possui eléctricos moderníssimos em bitola de 90cm, igual à de Lisboa. Aliás, sendo uma cidade da União Europeia que de poucos em poucos anos renova a sua frota de eléctricos rápidos, porque será que a Carris nunca se interessou em adquiri-los para circularem em Lisboa por mais alguns anos? Em Portugal já circularam ou circulam autocarros, locomotivas e Cacilheiros em segunda-mão. Porque não eléctricos, numa situação provisória?
8) Considerando o actual desinteresse da Carris pelo modo eléctrico tão querido da nossa capital, está criada esta petição, para que seja discutida por todos os que possam influenciar e inverter a presente situação dos transportes à superfície na nossa capital.
