Petição Direitos dos Cuidadores Informais da Pessoas Idosa
Para: Assembleia da República
A Associação dos Cuidadores Informais da Pessoa Idosa (ACIPI) traçou o objectivo de levar junto da Assembleia da República uma petição contra o completo alheamento, desinteresse e abandono em que vivem estes cuidadores informais. Estas pessoas estão sujeitas a uma sobrecarga física e psíquica enorme, com repercussões importantes para a sua vida: além do absentismo a que obriga, a tarefa de cuidar de um idoso, muitas vezes dependente, tem um impacto muito grande na vida social do cuidador, que perde o papel social que tinha até aí.
Estamos perante um quadro típico, violento e preocupante de uma profissão/ocupação exigente e desgastante que a sociedade está longe de compreender. Os cuidadores informais queixam-se frequentemente de cansaço, deterioração da saúde, depressão e falta de tempo para zelarem por si próprios, revelam dados estatísticos cruzados com uma sondagem realizada por Mundo Sénior. A maioria dos cuidadores informais (61,8%) foi obrigada a reduzir significativamente o seu tempo de descanso, 38 por cento deixaram de gozar férias, 32,7 por cento afirmam estar cansados e 31,8 por cento perderam progressivamente contacto com os amigos.
O cuidador informal “típico” é do sexo feminino, na casa dos cinquenta anos com grau de instrução baixo e um acentuado grau de desgaste físico e psicológico para o tipo de funções que executa.
Tendo como base este cenário, a ACIPI pretende, com esta petição, que o assunto entre na agenda dos deputados da Assembleia da República e que seja debatido como um problema real e emergente, que afecta cada vez mais portugueses.
O CUIDADOR INFORMAL DA PESSOA IDOSA DEVE TER DIREITO A:
•Cuidar de si mesmo, dedicando tempo e desenvolvendo actividades para si próprio sem sentimentos de culpa e sem autocrítica.
•Ter sentimentos negativos (tristeza, raiva, enfado) por ver doente ou estar a perder um ente querido.
•Resolver sozinho aquilo de que é capaz e pedir ajuda a outras pessoas para o que não compreende, reconhecendo os limites da sua própria resistência e força.
•Ser tratado com respeito por aqueles a quem pede conselhos e ajuda.
•Dizer “não” a solicitações excessivas, inapropriadas ou pouco realistas.
•Seguir com a sua própria vida e desfrutar dela.