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Petição "Festival da Canção 2010 - Uma Nova Escolha"

Para: Sr. José Poiares, responsável da RTP pelo Festival da Canção

Ex.mo Senhor José Poiares,

Começamos por felicitá-lo pela forma brilhante como organizou este ano o Festival da Canção. Tanto o palco como o espectáculo foram muito bem conseguidos e a RTP está de Parabéns!
Há, no entanto, um aspecto que tem causado a indignação por parte de muitos fãs do Festival da Canção, do público português em geral e de muitos eurofãs estrangeiros que manifestam constantemente a sua revolta nos sites especializados na Eurovisão. Trata-se, como decerto saberá, da forma como foi apurada a vencedora deste popular certame. Ninguém com um conhecimento adequado relativamente à organização do evento e do regulamento previamente divulgado pela RTP põe em causa a utilização da fórmula 50/50 (júri/televoto) que levou à pontuação das diferentes canções que desfilaram dia 6 de Março, no Campo Pequeno, na Final do Festival da Canção. De igual forma, ninguém com o conhecimento devido põe em causa a decisão de um júri de 60 pessoas contra 42 768 televotantes.
O que está aqui em causa são outros aspectos, bastante relevantes, que têm a ver com a constituição de alguns dos júris distritais. Em primeiro lugar, parece que não terá sido cabalmente respeitado o ponto 24 do Regulamento apresentado pela RTP, segundo o qual “A votação nacional será constituída por 20 júris (18 distritos + Açores + Madeira) indicados pela RTP. Cada júri será composto por três elementos ligados à música nas diversas vertentes, sendo que um deles será o porta-voz que anunciará a pontuação do respectivo distrito”. Na verdade, um dos porta-vozes reconheceu que, ao contrário dos seus colegas, pouco percebia de música. Faziam, além disso, parte de alguns júris professores de História, redactores de jornais regionais e, imagine-se, um professor de Educação Física, que por acaso faz parte de um Grupo de Intervenção Cultural e Artística (apesar disso não ter sido revelado em directo, temos conhecimento claro e inequívoco que é essa a profissão desempenhada pelo jurado Luís Filipe Martins de Almeida Mendes que integrou o júri da última capital de distrital, Viseu).
Este desrespeito pelo regulamento parece insignificante quando se constata que a escolha do júri não foi feita de modo a garantir a objectividade e imparcialidade da votação. De facto, foi com perplexidade que tomámos conhecimento, pela própria vencedora do Festival da Canção 2010, em entrevista a Carlos Alberto Moniz, no programa da RTP “Portugal sem Fronteiras”, que o júri do Porto era constituído pelos antigos Professores do Conservatório do Porto, a quem a Filipa Azevedo agradeceu os 12 pontos que lhe atribuíram. Foi, de igual modo, motivo de alguma estupefacção o facto de fazer parte do júri de Lisboa o cantor Ricardo Soler, amigo íntimo da cantora Vanessa, para quem o júri da capital reservou a pontuação máxima. Tendo em conta estes dois casos, torna-se bastante evidente que não foram observadas as necessárias medidas para garantir que o júri não votasse de acordo com simpatias, amizades ou até antipatias.
Tudo isto seria por nós desvalorizado se a eleita desse júri distrital tivesse ficado em 2º lugar no televoto e não em 4º lugar, a 7 630 votos da primeira classificada. Esta situação deve ser objecto de reflexão por parte da RTP quando organizar futuramente o Festival da Canção, prevendo nomeadamente um diferente método de votação ou uma forma diferente de ponderar a média dos dois júris. À semelhança do que se verificou este ano na Suécia e em Espanha, por exemplo, poderia optar-se por manter o resultado do júri e somar-lhe os resultados do televoto multiplicados por 20 (número de capitais de distrito).
Paralelamente às alterações a levar a cabo nas próximas edições deste concurso, há algumas medidas que a delegação que V. Exa. representa poderá tomar ainda este ano e que contribuirão certamente para credibilizar o Festival da Canção e a própria RTP, bem como para garantir a todos os telespectadores da Estação Pública que esta se preocupou com a isenção do processo de votação e escolha da canção que nos representará em Maio, na capital da Noruega. Neste âmbito, convém que os responsáveis da RTP quebrem o silêncio a que se têm votado, que divulguem a sua opinião e que clarifiquem os aspectos que permanecem obscuros em todo este processo. À semelhança do que se verificou este ano em outros países, como, por exemplo, a Ucrânia e a Bielorússia, a RTP deveria, para apaziguar a polémica, anular a votação e proceder à repetição da mesma. Não estamos a exigir que se repita o Festival como se fez na Ucrânia ou que se escolha um nova intérprete/canção como se fez na Bielorússia. Estamos apenas a solicitar que se opte por uma escolha isenta, tanto quanto possível consensual e na qual grande parte dos portugueses se revejam. Pedimos apenas uma representante digna para o nosso país que até agora não conseguiu ir além do sexto lugar no Festival da Eurovisão da Canção. Cabe agora à RTP escolher entre a sua boa imagem, o seu bom renome, uma boa classificação em Oslo ou continuar a fazer parte dos países que há mais tempo participam no ESC sem ganhar.
O magnífico trabalho que a RTP fez este ano para revitalizar o festival deveria ser acompanhado por um esforço para escolher a canção que mais se enquadra nas características actuais daquele importante concurso da música europeia. Não obstante as qualidades vocais da intérprete e a interessante melodia da canção escolhida, todos nós sabemos que aquela não é a melhor opção para a Eurovisão no ano em curso (estamos em 2010!), nem poderá transmitir boa imagem de uma delegação que se pretende arrojada, moderna, surpreendente.
Houve depois outras questões que nos deparámos enquanto por diferentes sites eurovisivos e que passamos a transcrever. Para quê convidar o público a votar, quando no final se fica com a sensação de que não vale a pena fazê-lo? Porque terão grande parte dos júris distritais tentado por todos os meios que aquela que era a favorita (tanto dos portugueses em geral como dos europeus que acompanharam o Festival da Canção 2010 desde a semifinal online) ficasse a meio da tabela classificativa (em quinto lugar)? Terá sido concertada alguma estratégia para evitar que a canção que seria a vencedora óbvia do televoto não conseguisse alcançar a vitória depois de efectuada a média com a votação distrital?
Compete neste momento à RTP pronunciar-se urgentemente sobre toda esta situação e ter a coragem de agir enquanto há tempo.


Cordialmente.


Um grupo de portugueses preocupados com a sua representante no Eurofestival e que ainda não perdeu a esperança de um dia ganhar.



Qual a sua opinião?

Esta petição foi criada em 21 março 2010
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