Petição Mãe Luta Contra Entrega das Filhas para Adopção
Para: Ministério da Justiça e Ministério da Segurança Social
CARTA DE UMA MÃE
Mãe Luta Contra Entrega das Filhas para Adopção
Vamos Ajudar a Sónia a demonstrar que tem capacidade para criar as suas filhas Erica e Maria da Graça, para que as mesmas possam voltar ao seio familiar que as viu Nascer.
Eu chamo-me Sónia e sou mãe de duas meninas, a Érica nascida a 6 de Março de 2007 e a Maria da Graça nascida a 7 de Janeiro de 2009, estou grávida e aguardo o nascimento de uma terceira filha para Março de 2010, tenho pelas minhas filhas um amor incondicional, dedicando-lhes toda a minha vida.
No entanto, todo este amor e dedicação não tem sido suficiente para sensibilizar as assistentes sociais e o próprio tribunal no que respeita ao destino das minhas filhas, que me foram retiradas em Outubro de 2009 e se encontram numa instituição. Desde então a minha vida deixou de fazer qualquer sentido, as minha filhas são a minha razão de viver, tudo o que faço é a pensar nelas. Assisto com tristeza e resignação à forma como tenho sido subestimada e reduzida a nada, fui mesmo rotulada como intolerante, anti-social e sem capacidades para cuidar das minhas filhas.
Sou uma pessoa com uma escolaridade baixa e educação modesta, cresci num ambiente nem sempre considerado ideal, circunstâncias que fizeram de mim a mulher e mãe que sou hoje. Mas só por isso podem tratar me desta maneira, esquecendo que sou um ser humano com deveres, com direitos, mas também com sentimentos?
Estou disposta a tudo para reaver as minhas filhas, mas a verdade é que tudo que tenho dito e feito tem “caído em saco roto”, ninguém me ouve. Para muitos todo o esforço e bem querer não tem sido suficiente, mas eu só peço uma oportunidade.
Já nem sequer peço que me entreguem as minhas filhas a mim, mas pelo menos que as entreguem a alguem da familia até acharem que tenho condições de as receber. Mas para adopção não, por favor.
Contudo e apesar de todas as minhas dificuldades tenho vindo a evoluir no meu papel de mãe, e a verdade é que desde a retirada da minhas filhas tenho chorado, sofrido muito e pensado em tudo o que ainda tenho para lhes oferecer.
Não é justo o que me estão a fazer, eu estou grávida, a poucas semanas de ser mãe. Porque me estão a fazer isto? Porque não me dão uma oportunidade? É só isso que peço, uma oportunidade antes de um julgamento que poderá ditar que as minhas filhas vão para a adopção.
Desde que comecei a ser acompanhada pelas técnicas da segurança social, Junho de 2009, mudei a minha vida; mudei para uma casa com melhores condições de habitabilidade, inscrevi-me no centro de emprego para procura de trabalho, inscrevi as minhas filhas na creche, fui viver temporariamente para casa dos meus pais para prestar às minhas filhas os cuidados necessários, inscrevi-me em cursos para desenvolver as minhas competências parentais(neste momento a preparação para o parto e puericultura), estou a prestar serviço voluntário numa instituição social por forma a adquirir competências pessoais e sociais, inscrevi-me nas associações comerciais de Barcelos e Esposende por forma a fazer cursos de formação para adquirir competências de trabalho, ou seja tudo o adequado para mim, para as minhas filhas e para o nosso futuro, no pressuposto de as ter de volta.
A instituição onde as minhas filhas estão colocadas só me permitem vê-las uma vez por semana. E eu, apesar da distância visito-as sempre que me é permitido. Muitas vezes, ou quase sempre, acompanho as avós no dia da visita com a esperança de as poder ver, no entanto não me é permitido. Mas apesar disso vou sempre pois assim sinto-as mais perto.
Eu sou pobre? Sou. Tenho dificuldades económicas? Tenho. Preciso de ajuda? Sem dúvida que sim. Maltratei as minhas filhas? Não. Podem duvidar de tudo o que digo mas nunca duvidem do meu amor pelas minhas filhas e do que ainda posso fazer por elas!
Faço um apelo a todos: Ajudem-me a parar a injustiça que estão a fazer comigo, só peço uma oportunidade!
Isto é sem dúvida um apelo as pessoas que possam e queiram ajudar-me a não perder as minhas filhas tão injustamente.
Por favor assine por mim, pela Erica, pela Maria da Graça e por um novo ser que está para nascer, para que possam ser uma família feliz e unida.
