LIGAÇÃO FERROVIÁRIA DIRETA AO PORTO
Para: Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República
O Plano Ferroviário Nacional que está em discussão pública prevê manter a bitola existente na
linha do Vouga.
Não vai, assim, ser possível a ligação direta ferroviária ao Porto, pois a bitola da linha do Norte é
diferente. Terá que haver mudança de comboio em Espinho. A ser assim, a deslocação de
comboio até ao Porto não será atrativa.
Continuaremos dependentes do tráfego rodoviário. Não cumprindo, também, os objetivos da
agenda ambiental.
Os 270 mil residentes dos concelhos de Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Santa Maria
da Feira, atravessados pela linha do Vouga, que beneficiará também outros dois concelhos da
AMP -Vale de Cambra e Arouca- têm de ter uma ligação em linha ferroviária direta ao Metro do
Porto, em Vila Nova de Gaia e Porto, podendo assim chegar rapidamente aos serviços que
usamos na capital da região, seja hospitais, universidades e tantos outros serviços, e ainda ao
aeroporto do Porto.
Os nossos autarcas decidiram que estes concelhos integrassem a Área Metropolitana do Porto.
Estamos assim e cada vez mais precisados de nos deslocar à capital natural da AMP, o Porto e
concelhos circundantes. São e serão, assim, cada vez mais cidadãos com necessidade de se
deslocar para e do Porto.
Por outro lado, a dinâmica, nomeadamente empresarial dos concelhos a sul da A.M. do Porto,
com um PIB per capita superior à média nacional e à Região Norte, carece de cativar mão-de-
obra especializada, que está mais concentrada no Porto e concelhos limítrofes, e dificilmente será
atrativo deslocarem-se diariamente para estes nossos concelhos sem uma ligação ferroviária
direta. A inexistência de ligação ferroviária direta do Porto aos nossos concelhos, inevitavelmente
faz a nossa região perder atratividade, não cativa os cidadãos para habitar, trabalhar, viver, visitar e se
fixar.
Não aceitamos que a linha do Vouga seja a única do país com bitola diferente de toda a restante
rede ferroviária nacional. Não queremos isolamento, quando o desenvolvimento futuro exige
conectividade.
Nem aceitamos ficar diferentes de todas as outras linhas, para servirmos de atração turística. Do
que precisamos é de um comboio que transporte para o Porto os milhares de cidadãos da região
de Entre Douro e Vouga que atualmente são forçados a usar automóvel ou autocarro.
Por isso,
Pretendemos que o Plano Ferroviário Nacional contemple a alteração da bitola métrica na prevista
requalificação da linha do Vouga, para ser possível o acesso ferroviário direto para e do Porto,
através da entrada direta na linha do Norte em Espinho, beneficiando o futuro dos concelhos a sul
da Área Metropolitana do Porto (Oliveira de Azeméis, S. João da Madeira e Santa Maria da Feira
e, também, os de Vale de Cambra e Arouca).
