PELOURINHO DE OUGUELA - PETIÇÃO PUBLICA PARA A SUA RECOLOCAÇÃO NO LARGO DO PELOURINHO, EM OUGUELA
Para: CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPO MAIOR
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior
Quem entra no Castelo de Ouguela, encontra, à sua direita, o Largo do Pelourinho, fronteiro à antiga Câmara Municipal. No entanto, o Pelourinho de Ouguela, terá sido retirado em 1872, tendo ficado à guarda do Museu Municipal de Elvas.
O Pelourinho de Ouguela chegou, até ao presente, nas memórias dos mais velhos habitantes desta “Terra de Sonhos” entre o Xévora e o Abrilongo, que dele, no entanto, guardam apenas a lembrança dos seus degraus em mármore que, ainda assim, desempenhavam um local central na vida social deste burgo medieval.
Durante o dia, ali se encontravam os Ouguelenses para trocar informações, para prepararem o trabalho e, quando caia a noite, por ali passavam amigos e namorados que, por vezes, não perdoavam a indiscrição das lâmpadas dos candeeiros a petróleo.
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior, é urgente devolver a dignidade ao Largo do Pelourinho de Ouguela, ao seu Castelo e a todos os Ouguelenses, reconstruindo o seu pedestal e ali colocando uma cópia do Pelourinho original.
Diz-nos Luís Keil que o “O pelourinho de Elvas será na realidade o mesmo que se erguia no antigo concelho de Ouguela (hoje integrado em Campo Maior), que recebeu Foral Novo no (…) ano de 1512. A extinção do concelho, no século XIX, poderá ter justificado a retirada da picota, cuja localização ainda é evocada no topónimo do Largo do Pelourinho, no interior do castelo. A coluna quinhentista terá sido desmontada em 1872, e os seus componentes levados para Elvas, onde ficaram depositados no Museu Municipal. Remontado em c. 1942, desta feita na localização actual (diante da Sé), recebeu algumas peças novas, em parte identificáveis através da observação cuidada do monumento. Será o caso do pedestal, em mármore, e dos degraus de acesso ao fuste, já que os originais terão ficado em Ouguela. Também o capitel e o remate são nitidamente peças modernas, embora os ferros de sujeição, intactos, sejam supostamente quinhentistas” (Luís KEIL, 1943).
Em nome da proteção e valorização do património Histórico e cultural e do desenvolvimento sustentado de Ouguela, os cidadãos abaixo-assinados requerem ao Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Campo Maior e à Assembleia Municipal que, no âmbito das intervenções de recuperação do Castelo de Ouguela, determinem a recuperação e a salvaguarda deste importante ex-libris, bem como a sua preservação para as gerações futuras.