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Carta de Manifesto aos Titulares de Cargos Políticos da República de Cabo Verde

Para: Titulares de Cargos Políticos da República de Cabo Verde


A Sociedade Cabo Verdiana tem trilhado uma longa jornada para reencontrar a sua verdadeira essência, a sua verdade e a sua caboverdianidade, um caminho desafiado pelas histórias registradas, por períodos de (re)descobertas, pelas marcas da escravatura, pelas lutas de sobrevivência, por tempos de secas, pela busca incansável pela libertação do jugo colonialista, pela construção das bases da nossa República, pela tal proclamada “Democracia”, pelas dis- daqueles que assumem/anseiam a responsabilidade de dirigir o nosso país em partidos baseados em ideologias inspiradas em outras realidades e, por fim, chegando ao século XXI, o momento que deveria ser de viragem e de desconstrução da nossa política, iniciou a era das Egocracias, acarretando custos elevados para um país que continua “escravo” das políticas internacionais, dos seus aliados políticos e de grupos de interesses económicos.

A nossa Herança Ancestral está a ser cada vez mais esquecida, a opinião e a ação do povo não é valorizada quando é necessária. A falta de empatia e compaixão na realidade que vivemos hoje em Cabo Verde é visível, o povo só é “tido e achado” em tempos de Campanhas Eleitorais, alimentando-se de promessas instantâneas e supérfluas, que após as campanhas, entram num transe de esquecimento e vivendo, portanto, um dia de “ami é kel ki dam”, até daqui a 4 anos. O nosso sentido Patriótico, o nosso sentimento de Pertença e o nosso Espírito de “Djunta Mon” estão a esvaziar-se, cada vez mais. Todas as áreas do nosso país entraram em falência e precisamos nos Unir para Reconectar a nossa caboverdianidade, “es nos Cabo Verdi di esperança” como cantou Norberto Tavares.

Pergunto-te, caro caboverdiano e cara caboverdiana, é esse o teu Cabo Verde que queres viver? O amor que dizes que tens pelo teu país, que propagas a todos os cantos é sentido? Como tem sido a sua ação de cidadania? Estão os nossos líderes a trabalhar para o bem comum ou apenas para o bem comum de um grupo?

A política do país é a área mais discutida pelos caboverdianos, porque ela mexe com todas as outras áreas das nossas vidas, contudo de ano para ano, tem-se criado uma onda de descrença, de afastamento, de desavenças, de muita promiscuidade, factos que têm levado à fraca participação do povo nas eleições, vivendo uma vida na ideologia do “deixa a vida me levar”...

É chegado o momento de despertarmos para juntos repensarmos e mudar a forma de viver, fazer e exercer a política em Cabo Verde.

Unindo Cabo Verdianos e Cabo Verdianas no país e na diáspora para o Despertar da sua caboverdianidade numa participação mais ativa nas políticas do país. Desta participação está a nossa responsabilidade no redirecionamento dos caminhos trilhados, da nossa história e da nossa cultura.

Assente nos pilares do Movimento Revolução de Consciência, Rede das Associações Comunitárias e Movimentos Sociais da Praia, MIM - Movimento Independente Maense, e Cidadãos e Cidadãs deste país que assinam este Manifesto, apelamos aos Titulares dos Cargos Políticos:

1. A esfera Política está doente. Continuamos nesse ciclo vicioso e desrespeitoso em que o Povo é tratado por ter "memória curta", esquecer de absurdos que não devemos em momento algum deixar passar sem um "pente fino".Precisamos urgentemente Acordar para Revolucionar a Consciência do nosso Povo que tem mostrado estar, cada vez mais, a mercê de um sistema carente, separado e desprovido da Consciência da Evolução Coletiva.

2. A Política incide e trata de Vidas de Seres Vivos e Vidas São Sagradas. Portanto, precisamos de políticas reais, justas e igualitárias. Ou seja, de governantes Humanizados e Conscientes da sua Responsabilidade em erguer o Princípio da Vida, do Respeito, da Moral, da União, da Justiça, da Igualdade e da Transparência, e trazer o Ser Humano para o centro da política.

3. O respeito à nossa Carta Magna em ações concretas, os nossos direitos estão a ser usurpados em detrimento de interesses de grupos particulares e políticas internacionais desconectadas da realidade que se vive no país.

4. A “tal” Democracia que se diz, que vivemos no nosso país, não é real, porque os cidadãos não têm uma participação ativa e clara. Temos um sistema que suprime direitos e liberdades em detrimento de interesses partidários e de elites.

5. A nossa Carta Magna e os inúmeros ganhos da nossa Democracia dá aos cidadãos caboverdianos e caboverdianas inúmeras ferramentas para terem uma ação mais participativa e colaborativa, contudo, a confiança dada pelo povo por sufrágio universal aos Titulares de Cargos Políticos, que na sua tomada de posse juram o cumprimento do Exercício do Servir a População, tem sido defraudada inúmeras vezes.

6. Entendemos que após 46 anos de independência faz-se necessário a mudança de comportamento e atitude dos políticos que têm faltado ao respeito ao povo que os elegem.

7. A Casa Parlamentar e as Assembleias locais, em vez de serem locais de discussão de ideias, análise e supervisão do Estado e das políticas implementadas, têm-se tornado em locais de ameaças, violências verbais, acusações mútuas, egos inflamados, trazendo péssimos exemplos à nossa sociedade. Tais atitudes têm levado ao descrédito nos políticos e consequentemente a fraca participação política dos cidadãos que não se espelham naqueles que os representam.

8. A saúde do Estado está mal! E isto tem refletido na qualidade da nossa Democracia. As épocas de eleições no país transformam em autênticas corridas de estafetas, um mercado de compra/venda de consciências porque o voto é alienado por uma troca de favores e isto tem-se transformado numa prática normal e recorrente. Algo que nos distancia dos valores incutidos na nossa Constituição e pelos nossos Ancestrais, ações essas, que levam à degradação Espiritual do Ser.

9. Os partidos transformaram-se em grupos de interesse empresariais e elitistas, subdividindo em outros grupos criando focos de deslealdade, manipulação das Instituições do Estado e de estratos sociais específicos, numa clara luta de alcance de poder, de quem irá ganhar mais dividendos.

10. O pensamento crítico em todas as áreas não é estimulada, se uma pessoa apresentar uma opinião que contraria as linhas partidárias, são vistas como pessoas não grata, muitas vezes são silenciadas, ameaçadas ou “castradas”, não existe espaço para liberdade de pensamento, para o respeito, o bom senso e a boa conduta.

11. A forma de fazer política quer na situação quer na oposição precisam ser repensadas pela sociedade no seu todo. A prática repetitiva de comportamentos dos partidos ora na situação ora na oposição, tem trazido descrédito e desconfianças aos Titulares de Cargos Políticos.

12. A Campanha das eleições Municipais em Outubro de 2020 e a Campanha da atual eleição Legislativa, no atual contexto pandémico foram e estão a acontecer de forma irresponsável, demonstrando de uma forma clara, o egoísmo, a falta de respeito dos Titulares dos Cargos Políticos, com a realização de ajuntamentos através dos comícios, arruadas, carreatas, “batucadas”, “passeatas” e poluição sonora, contribuindo para o aumento das infecções pela Covid-19 e consequentemente nos números de mortes. O que nos choca mais, é a inércia do mais alto magistrado do país, o Presidente da República que nas escassas vezes em que se pronuncia sobre a situação demonstra-se tendencioso e pouco incisivo nas suas afirmações.

13. A política que deveria estar a gerar o bem comum, o bem estar e uma Democracia saudável está a criar uma Burguesia cada vez mais abastada á custa do Estado, enquanto prevalecem as desigualdades e injustiças sociais nas classes mais vulneráveis.

14. É crucial que os nossos líderes, possam olhar o nosso país de dentro para fora, valorizando e inovando, primeiramente, o que é nosso e da nossa gente.

15. A forma de fazer política hoje está longe da Consciência de querer Unir quando é preciso e do saber fazer o melhor para Cabo Verde sempre, independentemente do partido, constituindo por si só um grande entrave para o nosso Progresso.

O Movimento Revolução de Consciência R3.0, Rede das Associações Comunitárias e Movimentos Sociais da Praia, MIM - Movimento Independente Maense, Cidadãos e Cidadãs que subscreveram a este manifesto almejam uma classe política que traga à sociedade partilhas sinceras, adequada à participação ativa dos Caboverdianos nas decisões do país.

Trazemos a mensagem de que a Política só faz sentido quando feita em prol da Igualdade, Justiça, União e do Progresso Coletivo.

Cada caboverdiano e cada caboverdiana no país e na diáspora precisa Ser acolhido!

Que em momento algum, deixemos as rédeas da nossa Dignidade e Morabeza nas mãos daqueles que não percebem jamais o que realmente significa a Lei de Pertença a um Povo e a Raiz do Movimento da Vida - Transformação!




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Esta petição foi criada em 17 abril 2021
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