NÃO À CENTRAL FOTOVOLTAICA - CERCAL DO ALENTEJO / NO TO THE MEGA SOLAR PARKS CERCAL & AROUND
Para: Assembleia da República ; Agência Portuguesa do Ambiente; Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo; Turismo de Portugal; Comissão Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios; Câmara Municipal de Santiago do Cacém; Junta de freguesia do Cercal;
No passado mês de Março, a aldeia de S. Domingos em Santiago do Cacém, foi surpreendida pela decisão do corte de um eucaliptal para dar lugar a uma central solar de 1262 hectares, cujo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) elaborado pela Matos e Fonseca Associados, não tinha sido apresentado ou discutido com a população.
Pouco depois, a vila do Cercal do Alentejo foi alertada para o plano de um projecto de central solar de 843 hectares com uma linha de muito alta tensão associada, tendo sido a população tomado conhecido da sessão de esclarecimento pública, apenas dos dias antes do fim do prazo de participação no site da APA (Agência Portuguesa do Ambiente).
A maioria dos munícipes da freguesia não tiveram conhecimento do projecto nem acesso aos meios digitais para poderem participar na referida consulta/petição. Por desconhecimento da população muitos não foram a tempo de participar.
Essa fase processual decorreu de forma a não possibilitar o normal e necessário pronunciamento pelos interessados!
Foi criada esta petição pública online para que possamos mostrar o nosso desacordo. Existe uma outra petição em papel para quem não tem acesso à internet.
A monocultura intensiva solar NÃO é sustentável!
A política de energia nacional e europeia determinou que a central termoeléctrica de Sines seja encerrada e que as energias renováveis reponham essa produção com a aposta na energia solar.
A proliferação das centrais solares é o novo fenômeno no litoral alentejano, depois das estufas de frutos silvestres, olivais e amendoais intensivos.
Os planos de mega centrais solares em torno de pequenas aldeias e vilas com um décimo dessa área, tem que ser revisto.
São 9 centrais solares novas para o sul de Portugal que submeteram EIA este ano, muitas das quais a associação Zero denunciou terem localizações impróprias porque afetam a paisagem, a economia do turismo, a saúde pública e os serviços de ecossistema.
Sabemos que as alterações climáticas têm afetado Portugal, nomeadamente o aumento de temperatura no Alentejo. Que a albufeira do Alqueva tentou travar esse processo e que as as estufas o aceleraram.
Sabemos que o turismo no Alentejo tem vindo a crescer alicerçado num posicionamento de Turismo de Natureza, e que muitos turistas consideram o Alentejo como o último paraíso europeu.
Sabemos que a beleza identitária da paisagem do montado não é compatível com milhares de hectares de painéis fotovoltaicos junto aos seus pequenos povoados.
Estamos cientes que as energias renováveis são importantes para a região a par do turismo. Por outro lado, sabemos que a produção de energia solar centralizada e descentralizada têm que coabitar.
Contudo julgamos importante que a população e as entidades necessárias (turismo, agricultura, ICNF…) sejam envolvidas neste processo desde o princípio porque:
1- O microclima do Cercal vai ser alterado com impacto nas espécies endémicas quer da flora quer da fauna;
2- A paisagem Alentejana será alterada e não foi considerado o respectivo impacto no Turismo e economia local: deteriorando irremediavelmente as amenidades turísticas e o patrimônio natural e agrícola, que é a principal fonte de rendimento da região. Ninguém quererá fazer turismo numa zona onde a natureza deu lugar a um mar de painéis solares;
3- Os terrenos ocupados são os mais férteis e não sabemos o seu impacto no futuro da agricultura tradicional caso a central seja ampliada;
4- A área do projecto contém hectares de pasto essenciais ao gado da região e nacional;
5- A longo prazo, o projecto tem uma duração de vida útil de 30 ou, se for renovado, 60 anos, quem nos garante que após esse tempo não vamos ficar com milhares de toneladas de lixo no local? E toda uma imensa área de solo desertificado?
6- Uma parte da energia produzida é para ser exportada para outros países. Quão verde é destruir uma região tão linda e especial para fornecer eletricidade aos maiores consumidores europeus?
O empobrecimento da região parece programado.
Dizemos NÃO a este projecto e a qualquer outro semelhante na região!
Não à monocultura intensiva de painéis solares.
Estamos todos juntos, pelo Cercal, pelo Alentejo!
----------
ENGLISH
Last March, the village of S. Domingos in Santiago do Cacém, was surprised by the decision to cut down a eucalyptus forest to make way for a solar plant of 1262 hectares, which environmental impact study (EIA), prepared by the private company Matos e Fonseca Associados, had not been presented or discussed with the population.
Shortly afterwards, the town of Cercal do Alentejo was alerted about the plan for an 843 hectare solar plant project with an associated very high voltage power line. The population was informed of the public information session just two days before the deadline for public participation on the APA (Portuguese Environment Agency) website.
The majority of the citizens of the parish were not aware of the project nor did have access to digital means to be able to participate in the aforementioned consultation. Due to the population's lack of knowledge, many were not in time to participate.
This procedural phase took place in a way that did not allow the normal and necessary pronouncement by the interested parties!
This online public petition has been created so that we can show our disagreement. There is another paper petition for those without internet access.
INTENSIVE SOLAR MONOCULTURE IS NOT SUSTAINABLE!
The national and European energy policy has determined that the Sines thermoelectric plant would be closed and that renewable energies should replace it with solar energy.
The proliferation of solar plants is the new phenomenon on the Alentejo coast, after the berries
and their greenhouses, intensive and ultra-intensive olive and almond monoculture.
The plans for mega solar plants around small villages and towns with a tenth of the projects' area, has to be reviewed. (Cercal is 66 hea, the project in cause: more than 800 ha, with more than 130ha of net solar panels).
There are 9 new solar plants for southern Portugal that have submitted EIAs this year, MOST of which the association Zero denounced as having inappropriate locations because they affect the landscape, the tourism economy, public health and ecosystems.
We know that climate change has affected Portugal, particularly the rise in temperature in the Alentejo. We know that the Alqueva reservoir tried to stop this process and that the greenhouses have accelerated it.
We know that tourism in the Alentejo has been growing based on a positioning of Nature Tourism, and that many tourists consider the Alentejo as the last European paradise.
We know that the identity beauty of the cork oak forest landscape is not compatible with thousands of hectares of photovoltaic panels next to its small villages.
We are aware that renewable energies are important for the region along with tourism. On the other hand, we know that centralized and decentralized solar energy production have to coexist.
However, we believe it is important that the population and the necessary entities (tourism, agriculture, ICNF...) are involved in this process from the beginning because:
1- The microclimate of Cercal will be altered with an impact on the endemic species of both flora and fauna;
2- The Alentejo landscape will be altered and its impact on tourism and local economy has not been considered: irreparably deteriorating the tourist amenities and the natural and agricultural heritage, which is the main source of income of the region. Nobody will want to do tourism in an area where nature has given way to a sea of solar panels;
3- The land occupied is the most fertile (type B) and we do not know its impact on the future of traditional agriculture if the plant is expanded;
4- The project area contains hectares of pastureland essential for regional and national livestock;
5- In the long term, the project has a lifespan of 30 or, if it is renewed, 60 years, who can guarantee us that after that time we will not be left with thousands of tons of garbage on site? And a whole huge area of desertified soil?
6 - A part of the energy produced is to be exported to other countries. How green is to destroy such a beautiful and special region to provide electricity to bigger europeans consumers?
The impoverishment of the region seems programmed.
We say NO to this project and any similar one in the region!
No to the intensive monoculture of solar panels.
We are all together, to protect Cercal, to protect the Alentejo!
|
Assinaram a petição
1 434
Pessoas
O seu apoio é muito importante. Apoie esta causa. Assine a Petição.
|