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Filhos de doentes com Lepra/Doença de Hansen separadas à nascença dos pais pedem reconhecimento de erro histórico.

Para: Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia da República

1 - Em 1947 o Estado português inaugurou o Hospital-Colónia Rovisco Pais, também conhecido como Leprosaria Nacional, próximo da vila da Tocha (no distrito de Coimbra). Os doentes com lepra de todo o país eram levados para essa instituição à força e aí ficavam internados compulsivamente. Quando tinham filhos estes eram-lhes retirados à nascença para não lhes poderem tocar. Os bebés eram depois colocados numa creche à parte dos pais onde ficavam até aos três anos e, a partir dessa idade, eram mandados para um espaço, a cerca de dois quilómetros do hospital, a que se chamava «Preventório». O argumento para a separação dos filhos era supostamente científico: dizia-se aos pais que se tocassem nos seus filhos os podiam contagiá-los com lepra. As raras vezes em que se viam era através de um vidro.
A verdade é que logo em 1953, cinco anos depois da abertura da Leprosaria Nacional, no 5.º Congresso Internacional de Lepra, em Madrid, já havia consenso científico para que fosse recomendado o abandono do internamento compulsivo dos doentes e a separação dos filhos.

2 - Os filhos de doentes com Lepra, hoje conhecida como Doença de Hansen, que foram separados dos seus pais à nascença e que viveram no «Preventório» do Hospital-Colónia Rovisco Pais, pedem ao Estado português justiça e reconhecimento pelo erro histórico praticado contra eles durante o período entre 1947 e 1977, por lhes terem sido roubados direitos civis e políticos sem qualquer evidência científica.
Pede-se que seja assumida publicamente a responsabilidade pelo que teve lugar e que o Estado peça desculpa a estes filhos, à semelhança do que já fizeram países como o Japão e Brasil. Só assim se julga ser possível um virar de página para todos os que têm sofrido em silêncio.
A separação logo a nascença privou estes filhos do contacto, amor e carinho dos seus pais. As crianças que mais sofreram com esta separação foram as que nasceram dentro do Hospital Colónia Rovisco Pais entre os anos 1947 a 1968, pois os pais tinham Lepra/Doença de Hansen e estavam em tratamento no Hospital. Outras crianças também passaram pelo «Preventório», mas estavam em casa dos pais antes de estes serem internados no hospital por causa da doença.
A função do Estado era proteger estas crianças e dar-lhes um projecto de vida, o que não aconteceu. Após o 25 de Abril não houve da parte do Estado o cuidado de preparar o reencontro entre estes pais e filhos, que não se conheciam, o que foi traumático para muitas destas crianças. O que muitos destes filhos levaram para a adolescência e para a vida adulta, após terem saído do «Preventório», foram traumas físicos e psicológicos, a que se somou o facto de a verdade sobre as suas vidas lhes ter sido escondida.

PS - Estas histórias de vida chegaram a público com uma reportagem no jornal Público da jornalista Catarina Gomes a 20 de Julho 2014, com o título «Infâncias de vitrine»:

https://www.publico.pt/2014/07/20/sociedade/noticia/infancias-de-vitrine-1663305

https://www.publico.pt/2015/04/09/sociedade/noticia/as-historias-iguais-de-filhos-separados-pela-lepra-nos-dois-lados-do-atlantico-1691064



A jornalista da RTP, Isabel Santos, fez uma reportagem no dia 21 de Novembro de 2019 para o programa Linha da Frente com o título: «Separados pelo estigma-de 1947 a 1977»:

https://www.rtp.pt/play/p5280/e440254/linha-da-frente



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Esta petição foi criada em 20 março 2020
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