Pagar taxas moderadoras sem que o utente tenha sido atendido
Para: Serviço Nacional de Saúde
Caros senhores;
Venho por este meio, questionar a administração deste centro hospitalar, sobre as seguintes questões e passo a expor:
1ª Qual a legitimidade de ser cobrada a um utente uma taxa de urgência por um serviço que nunca chegou a acontecer?
2ª Se, considera justo esse pedido de pagamento por um serviço inexistente a um utente que depois de mais de 90 minutos na sala de espera, e por não se encontrar fisicamente capaz de aguardar para ser atendido nesse hospital, tenha sido obrigado, por força da morosidade dos serviços, a dirigir-se a um outro centro hospitalar, onde foi rapidamente consultado por um médico?
3ª Existe algo mais importante para a administração desse centro hospitalar além dos números?
Caríssimos Senhores, lamento mas eu não sou um número, sou uma cidadã cumpridora dos meus deveres e obrigações, mas também consciente dos meus direitos.
Sei que há todo tipo de indivíduos. Existem aqueles que até vão ao médico porque não têm mais nada para fazer, outros vão para o hospital, porque até conhecem um médico ou outro simpático e vão lá dar uma palavrinha, existem também aquelas pessoas que por terem uma unha encravada é um ai jesus, já pensam que vão morrer e lá vão elas felizes da vida aguardar horas intermináveis numa qualquer sala de urgência dos hospitais deste país.
Existem pessoas, com determinadas profissões que evito e evitarei sempre até que a minha sanidade mental e energia física mo permitirem, entre essas pessoas encontram-se os médicos e os padres, por esse mesmo motivo, só vou a uma urgência quando não tenho outra alternativa, pois pelo andar da carruagem, o cidadão actual, ao entrar pela urgência habilita-se a sair pela casa mortuária , é aí que o padre entra nesta história.
É verdade que no dia 19 de Fevereiro de 2014, dei entrada nos serviços de urgência do Centro Hospitalar Entre Douro e Vouga, com uma infecção urinária da qual surgiram várias complicações motivadas por uma reacção alérgica severa à medicação que me fora prescrita pelo médico.
Tudo o que recebi do vosso hospital, foi uma entrevista de rastreio, uma pulseira verde e o privilégio de aguardar pacientemente na sala de espera onde alguém que estava ao meu lado, me confidenciou “ Ai, isto aqui é assim, vamos estar aqui o dia todo” .
Como devem calcular, para mim, apesar de achar esta taxa uma injustiça de todo o tamanho, era muito mais comodo e bem menos desgastante, dirigir-me ao multibanco, clicar lá nas teclas, tal tal tal tal, marcar a referencia, entidade, e liquidar os tais 18,05 que vossas exªs tanto fazem questão.
Mas como achei imensa graça à expressão; “Instauração de um processo de execução fiscal junto da Autoridade Tributária e Aduaneira para promoção da cobrança coerciva da taxa moderadora e custos administrativos”; aqui estou eu, a imaginar vossas exºs a cobrar coercivamente uma taxa por um serviço que ninguém auferiu.
Caros senhores, no que concerne a defender aquilo que é meu por direito, padeço de uma maleita que nenhum médico ou estudioso pode curar, não aceito injustiças.
Por isso mesmo, e só porque sou uma mente criativa, lanço o desafio ao vosso departamento financeiro:
Que tal cobrarem uma taxa sobre o tempo que o doente espera para ser atendido no vosso serviço de urgência?
Isso sim, faria todo o sentido!
Com votos de rápidas melhoras me subscrevo:
Isabel Cardoso?
Se já também você, já foi vitima desta injustiça, por favor; Assine esta petição