OS MUROS E AS ÁRVORES SÃO NOSSAS, SÃO DOS AMARANTINOS PELA IMEDIATA REVOGAÇÃO/CANCELAMENTO DA OBRA DE REABILITAÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL E DA ALAMEDA TEIXEIRA DE PASCOAES PELO DIREITO À MEMÓRIA

OS MUROS E AS ÁRVORES SÃO NOSSAS, SÃO DOS AMARANTINOS
PELA IMEDIATA REVOGAÇÃO/CANCELAMENTO DA OBRA DE REABILITAÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL E DA ALAMEDA TEIXEIRA DE PASCOAES, EM AMARANTE
PELO DIREITO À MEMÓRIA E À NOSSA HISTÓRIA E IDENTIDADE


1 - A zona da Alameda Teixeira de Pascoaes forma um conjunto harmónico, com a Ponte de S. Gonçalo, o Largo do Mosteiro, o lugar do mercado e a sua envolvente ao Tâmega, com as árvores gigantes que partem do rio e abraçam e debruam os vetustos e sólidos muros de um velho granito em redor do Mosteiro, conferindo à antiga cidade um sentido cenográfico de profunda e rara beleza.
2- Não queremos neste mágico e feérico centro da cidade um projecto que derrube estas árvores e muros, feitos do nosso granito do Marão e a condizer com a ponte e com o Mosteiro e que, nas próprias palavras do site da Câmara vai implantar aqui um anfiteatro grego e uma escadaria em márnore (pedra e corpo estranho na nossa região).
3- Cada um dos naturais e residentes em Amarante encontra neste lugar, que constitui a nossa identidade e referências, um sentido de pertença comum, que nos assegura reconhecer-se e rever-se nele e ser reconhecido por todos, conferindo sentido temporal e histórico a toda uma comunidade que nele procura a sua identidade e sentido.
4- A Alameda Teixeira de Pascoaes, como está, é procurada e fotografada diariamente, por centenas de turistas, por ser um lugar onde a magia e a História se cruzam e se ligam pelos braços de uma ponte, sobre o Rio Tâmega.
5- A pretensa requalificação desta zona do Mercado Municipal e da Alameda Teixeira de Pascoaes, não passa de uma ficção e de uma falácia já que o sítio da proposta de intervenção não se encontra desinfrasturado nem abandonado. Pelo contrário fervilha de vitalidade social, económica e social.
6- Nem a Câmara Municipal nem o sr. Arquitecto pode fazer deste belo monumental e sítio da cidade, um anfiteatro grego e uma escadaria para o rio, arrancando as belíssimas e frondosas árvores, como se Amarante tivesse sido vítima do terramoto como o de 1755 e ficassem, por isso autorizados a reescrever a História, numa Terra de Ninguém.
7- O centro histórico de Amarante é muito mais do que a simples marca de um arquitecto, por muito qualificado que seja.
8- Estamos perante um projecto que destrói o coração da cidade, arrasa o património e a paisagem do lugar, desfigura a cenografia monumental da cidade, aquela que nos dizeres do jornal "The Guardian" é uma pérola a descobrir.
9- Mas o que está em causa não é só a proposta do arquitecto mas a decisão absurda de alterar de forma radical a imagem e a arquitectura de um lugar classificado como património, que repugna e indigna a todos aqueles que estabelecem com o lugar, uma relação de uso, afecto e apropriação, por terem nascido, crescido aqui e como tal os definirem como pessoas.

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