Petição para a trasladação dos restos mortais de S.A.R. a Princesa D. Maria Pia de Saxe-Coburgo Gotha, a legítima Duquesa de Bragança, para o Panteão Real da Dinastia de Bragança em Lisboa

Exmo. Senhor Primeiro-Ministro e Exma. Senhora Presidente da Assembleia da República:

Nós, portugueses, vimos, por este meio, solicitar a V. Exas., a autorização formal para que seja efetuada a trasladação dos restos mortais de Sua Alteza Real a Princesa D. Maria Pia de Saxe-Coburgo Gotha, a legítima Duquesa de Bragança, última filha natural de Sua Majestade El-Rei D. Carlos I de Portugal com a senhora Maria Amélia Laredó e Murça – nascida em Lisboa, Portugal, no dia 13 de Março de 1907, legitimada como Infanta de Portugal por Carta Régia no dia 14 de Março do mesmo ano (dia seguinte ao dia do seu nascimento) e falecida em Verona, Itália, no dia 6 de Maio de 1995 –, para o Panteão Real da Dinastia de Bragança, localizado no Mosteiro da Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa.

Conscientes da contínua contestação pública de que foi alvo Sua Alteza Real a Princesa D. Maria Pia de Saxe-Coburgo Gotha, Duquesa de Bragança, tanto pela infelicidade de ter nascido em data tão próxima à do Regicídio que vitimou o Seu augusto pai, Sua Majestade o Rei D. Carlos I de Portugal, e o Seu irmão, Sua Alteza Real o Príncipe Real de Portugal D. Luís Filipe de Bragança, assim como pelas calúnias que foram proferidas contra a sua inocente pessoa pelo facto de ter nascido de uma relação adulterina, os factos históricos, todavia, permitem-nos reconhecer que a Sua Alteza Real a Princesa D. Maria Pia de Bragança, enquanto célebre protegida por Sua Majestade o Rei Alfonso XIII de Espanha e uma das maiores apoiantes do saudoso General «Sem Medo» Humberto Delgado, representa para a memória e para a História de Portugal uma das maiores figuras da luta pela democracia e pela valorização da imagem do nosso País no Mundo.

Tendo sido a última vontade expressa por Sua Alteza Real a Princesa D. Maria Pia de Saxe-Coburgo e Bragança a de querer repousar junto de seu pai, Sua Majestade o Rei D. Carlos I, e de Seus irmãos, Sua Majestade o Rei D. Manuel II e Sua Alteza Real o Príncipe D. Luís Filipe de Bragança, acreditamos que V. Exas., no desejo de enaltecer ainda mais a importância de uma tal personalidade tão marcante na História de Portugal, entenderão por bem deferir a referida autorização e a qual representará, ainda, um gesto simbólico de reconciliação entre a República Portuguesa e a memória da antiga Monarquia em Portugal, tão abalada pelo episódio sangrento – o Regicídio – que vitimou os dois já citados membros da Família Real Portuguesa.

Viva Portugal!

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