Oposição à intervenção urbanística prevista para o terreno adjacente ao JIT e à EB1 de Telheiras

Os cidadãos abaixo-assinados, pais e encarregados de educação dos alunos do Jardim de Infância de Telheiras, da Escola Básica nº1 de Telheiras e das creches circundantes, professores, educadores e auxiliares, moradores e demais frequentadores do espaço ajardinado das Ruas José Escada e Hermano Neves, em Telheiras, vêm por este meio expressar a V. Exas. a sua inquietação e discordância face aos projetos anunciados para aquele local.

Este espaço, arranjado em 2015, está atualmente ao dispor de toda a população, muito em particular da comunidade escolar do Jardim de Infância de Telheiras e da Escola Básica nº1 de Telheiras, estabelecimentos que lhe são adjacentes. A intervenção de que foi alvo contribuiu para a melhoria da qualidade de vida de todos quantos frequentam estas escolas, assim como para a qualidade de toda a zona envolvente, possibilitando os necessários percursos pedonais que há muito eram desejados e permitindo uma fácil movimentação na tomada e largada de crianças nas escolas. O espaço está, nestes moldes, perfeitamente enquadrado na malha habitacional do bairro de Telheiras, que prima pelo adequado enquadramento de espaços verdes num denso conjunto habitacional.

Foi, pois, com surpresa que fomos confrontados com a notícia de que está prevista para este espaço a implantação de uma construção de dimensões e dinâmica perfeitamente desenquadradas da envolvente. O projeto em causa, com elementos arquitetónicos de amplas dimensões, corresponde a um edifício com dois pisos e inclui um centro paroquial, uma igreja e uma capela mortuária, apresentando-se totalmente desadequado face à estreita proximidade com as escolas que ocupam o espaço contíguo. Estamos a falar de um Jardim de Infância, uma escola Básica de 1º Ciclo e duas creches que irão coabitar “paredes meias” com esta realidade.

Além disso, as mais de 500 crianças (entre todas as escolas) acarretam uma sobrecarga de tráfego na zona nas horas da sua tomada e largada. Este problema já foi reconhecido pela autarquia, tendo inclusivamente sido admitido que se trata de uma questão para a qual ainda não foi encontrada solução. Com esta nova intenção de construção, toda esta situação será ainda mais agravada, numa zona onde dificilmente se garantirão os corretos fluxos de tráfego, tanto de veículos como pedonal.

A construção deste edifício, a acontecer, terá como consequência a degradação da qualidade do espaço urbano e da qualidade de vida num bairro de Lisboa que se tem destacado precisamente nestas dimensões.

Assim, solicitamos a V. Exas. que sejam reconsiderados os projetos anunciados para o local e suspensa a sua concretização. Entendemos que o espaço em questão deve permanecer afetado à atual função – lazer, circulação pedonal e fruição pública – que pode ser complementada por outras funções, sempre em benefício da comunidade escolar.

Lamentando que decisões relativas à utilização futura do espaço em causa tenham sido tomadas sem o devido envolvimento de todos os interessados, manifestamos desde já a nossa disponibilidade e empenho para, em diálogo franco e aberto com todas as entidades envolvidas, encontrar soluções que acautelem devidamente os interesses e legítimos anseios da comunidade.

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