Criação do Dia Nacional da Fertilidade
Para: Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
O desejo de ter um filho é comum nas sociedades humanas e a maioria das pessoas planeia a gravidez e o parto para um determinado período da vida.
Apesar de a concepção de uma criança ser o ato mais natural do mundo, nem sempre o objetivo é alcançado com facilidade.
A maioria dos casais assume que é fértil e espera conseguir conceber logo após a interrupção da contracepção. No entanto, cerca de 10% dos casais em idade reprodutiva é infértil e pelo menos um quarto viverá um período de subfertilidade no decurso da vida.
Estes números refletem o aumento da prevalência da infertilidade, sendo mais evidente nos países industrializados, onde são adotados estilos de vida menos saudáveis e onde o adiamento da maternidade é, cada vez mais, uma realidade.
Em Portugal são já cerca de 300.000 os casais que enfrentam esta problemática.
Apesar da infertilidade ser reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como uma doença, é necessário desenvolver ações de informação junto da sociedade civil e investir na sua prevenção.
É urgente acabar com o estigma associado a um problema que não escolhe condição social ou nível académico e promover estilos de vida mais saudáveis, diminuindo a obesidade, o consumo de álcool, o tabaco, melhorar a educação sexual nas escolas, prevenindo doenças sexualmente transmissíveis, e alertar para as consequências sérias do adiamento da maternidade.
É igualmente importante reforçar que o diagnóstico de infertilidade não significa que jamais se possa ter filhos, sendo também, por isso, necessário dar a conhecer a importância de um acompanhamento especializado e atempado.
Pelo exposto, a Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade) gostaria de propor o dia 21 de Junho como o Dia Nacional da Fertilidade, solicitando à Assembleia da República, através da assinatura deste texto, o reconhecimento oficial da data.
Atentamente,
Associação Portuguesa de Fertilidade