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Contra a credibilização do "milagre" de Fatima

Para: Bispo de Leiria, Patriarcado de Lisboa, Nuncio Apostolico, Conferencia Episcopal Portuguesa

Contra a ida do Papa a Fátima para credibilizar o “milagre”

O Papa Francisco anunciou a sua vinda a Portugal em Maio de 2017, para visitar Fátima, o chamado “Altar do mundo”, terra de peregrinação, em honra de Nossa Senhora de Fátima, tendo em vista assinalar e credibilizar o tão propagado “milagre” de Fátima.
Não é possível deixarmos de estranhar tal decisão. Com efeito, o chamado “milagre dos três pastorinhos” não passa de um autêntico embuste, algo que mereceu até hoje a atenção de estudiosos sobre o que realmente aconteceu em Maio de 1917 e sobre o processo contínuo e imparável de exploração religiosa montado sobre tão ingénua encenação.
Quem se informar sobre este caso, fica a conhecer facilmente a forma como os acontecimentos na época foram urdidos, planeados e tramados - entre a dúvida inicial e a posterior complacência da Igreja Católica - numa era de grande obscurantismo cultural e com evidente aproveitamento dessa rústica ignorância.
Não é preciso grande esforço para chegar a esta conclusão, nem grande erudição teológica para analisar o caso. A evidência do logro fica bem clara, bastando, no essencial, ler alguns documentos oficiais e livros de pessoas - algumas assumidamente católicas - com autoridade na matéria sobre o chamado “milagre” de Fátima, para concluir pela sua total inconsistência.
Estão neste caso os livros “Fátima Nunca Mais”-1999 e “Fátima SA”- 2015, ambos do Padre Mário de Oliveira; “Relatório do Administrador do Concelho de Ourém” de Artur de Oliveira Santos, de 1924; “A Religião dos Portugueses” de Frei Bento Domingues; “Fátima Desmascarada” de João Ilharco, 1971; ”O Sol Bailou ao Meio-dia – A Criação de Fátima” de Luís Filipe Torgal, de 2011; e “Na Cova dos Leões” - Cartas ao Cardeal Cerejeira - de Tomás da Fonseca, editado em 1955. Neste, por exemplo, lê-se a seguinte dedicatória do autor: “À memória do íntegro cidadão Artur de Oliveira Santos – que no exercício das suas funções de Administrador do Concelho de Vila-Nova-de-Ourém, muito se esforçou por evitar o embuste de Fátima – principal origem do descrédito e falência moral da Igreja, que o perfilhou e explora, com a repulsa dos cristãos verdadeiros”.
Ora esta vinda do Papa Francisco a Fátima - a pretexto das comemorações dos 100 anos da tremenda impostura a que alguns teimam em qualificar como “milagre”- significa, de certo modo, a credibilização do falso “prodígio”, a ratificação da mentira, a oficialização de um processo ardiloso e inconcebível com objectivos essencialmente políticos, religiosos e económicos, destinado a enganar multidões de crentes desavisados e o povo em geral. Ninguém pode ignorar também a oportunista e florescente “indústria religiosa” que ali está montada.
Esta atitude do Papa Francisco é tanto mais estranha quanto ele tem sido um paladino de humanismo, com posições modernas e progressistas expendidas em diversos domínios, em defesa dos valores da verdade, dignas dos maiores elogios de católicos e não católicos.
Esta sua ratificação de tal secular burla na questão de Fátima - por ser contraditória com a verdade - não se percebe, nem se insere na sua já notória causa de combate aos momentos menos claros e erros da Igreja Católica através dos tempos. Nem se pode aceitar de ânimo-leve.
Logo, entendem os signatarios que – em coerência com a postura de seriedade a que nos vem habituando desde que assumiu o mais alto cargo da hierarquia da Igreja Católica - o melhor serviço que o Papa Francisco prestaria à verdade histórica, seria NÃO vir a Fátima; assim desmistificando o chamado “milagre dos pastorinhos”, recusando colaborar com ele, ou dar-lhe o seu aval.
Por tudo isto, manifestamos a nossa discordância quanto à ida do Papa Francisco a Fátima em Maio de 2017, uma vez que esta visita tem como objectivo a credibilização de uma falsidade.

Outubro de 2016


Primeiros subscritores

Carlos Tomé, advogado, Torres Novas
Pe. Mário de Oliveira, presbítero, jornalista, Lixa
Pedro Barroso, autor e músico, Riachos
João Carlos Lopes, antropólogo, técnico superior da administração local, Torres Novas
Carlos Simões Nuno, antropólogo, professor do ensino superior, Lisboa
Luís Mota Figueira, professor do Instituto Politécnico de Tomar, Riachos
Valdemar Henriques, ex-coordenador da CGTP no distrito de Santarém
João Saramago, engenheiro, Torres Novas
André Nuno Lopes, jornalista, Riachos



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Esta petição foi criada em 18 novembro 2016
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