Vimos pela presente solicitar o V/ apoio ao apelo de centenas de moradores de Lisboa que estão confinados em suas casas e que se tornaram reféns por vizinhança, das inúmeras obras da cidade que teimam em não parar e em não lhes permitir algum descanso nestes dias tão difíceis para todos.
Estamos a recolher assinaturas de todos os moradores para exigir das Juntas de Freguesia e Câmara Municipal de Lisboa, a paralisação imediata das obras não essenciais de renovação, construção e remodelação dos prédios de Lisboa até o final do confinamento. Juntamos abaixo o texto que enviaremos na próxima segunda-feira (dia13 de Abril) a todas as entidades responsáveis (Juntas de Freguesia, Câmara Municipal de Lisboa e DGS, entre outros).
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Exmos Senhores,
Nestes tempos que vivemos de recolhimento e isolamento em nossas casas por imposição do declarado estado de emergência, entendemos ser absolutamente imperioso exigir também aos empreiteiros de construção civil da nossa cidade, que respeitem a saúde e bem estar de quem não pode abandonar as suas habitações, nomeadamente reduzindo o ruído e as poeiras que impõem aos que têm por vizinhos.
Todos estamos vulneráveis e presos em casa, muitos mesmo doentes e a passar dificuldades maiores, pelo que é no mínimo cruel exigir a grande parte dos lisboetas que sejam adicionalmente reféns de excesso ruído e incómodo permanentes durante o dia inteiro.
Em casa há professores que não conseguem dar as suas aulas online por causa do alto nível de ruído das obras vizinhas, em casa há dezenas de pessoas doentes, em casa há crianças agitadas e pais desesperados, em casa há pessoas que precisam de descansar. Não temos hipótese de sair de casa para fazer uma reunião de trabalho no café da esquina ou de dar uma volta no exterior para descansar do alto nível de ruído que nos entra em casa. Não podemos nem mesmo abrir as janelas ou sentar na varanda para disfrutar de um pouco de sol, porque o ruído e o pó frequentemente não o permitem. Em alguns prédios mais velhos é possível, como sabemos, até sentir a vibração que as obras produzem durante todo o dia, causando um desconforto que não devia ser exigido a ninguém nesta altura.
Além do alto nível de ruído, as obras também produzem densos níveis de poeira no ar, lançando-os muitas vezes sobre pessoas com limitações e deficiências respiratórias. Para além do referido, as obras envolvem adicionalmente grande circulação de pessoas nas áreas internas dos prédios, o que aumenta em muito o risco de contaminação pelo COVID19.
Como bons cidadãos que somos, estamos todos a cumprir as exigências do Governo para juntos vencermos a luta contra o COVID19. Se o mundo todo pode parar, porque não podem parar as obras não essenciais de renovação, construção e remodelação dos prédios de Lisboa?
Solicitamos assim à nossa Junta de Freguesia e ao respectivo Presidente que se sensibilizem para este problema, que sejam solidários e que determinem ou diligenciem junto de quem o pode fazer, a cessação imediata das obras de renovação, construção e remodelação de prédios de Lisboa que não sejam essenciais, com efeitos até o final do confinamento.
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