Vimos por este meio solicitar a Federação Portuguesa de Futebol para que repense a decisão anunciada de dar os campeonatos de formação como terminados.
Não obstante a singularidade e a complexidade da situação que atravessamos neste momento, a verdade é que são estas as ocasiões nas quais temos que saber dar um passo atrás, de forma a observar o panorama geral, ao invés de tomar decisões precipitadas que mais tarde se poderão revelar infrutíferas.
Tendo isso em conta, a verdade é que as justificações apresentadas no comunicado que foi divulgado carecem, invariavelmente, de qualquer tipo de coerência, nomeadamente os pontos 6º, 7º, 8º. 9º e 10ª. Por partes:
- O facto de se anular a presente época de forma a salvaguardar, não só a saúde dos agentes desportivos (e respetivas famílias), como também a harmonia entre a escola e o desporto, é algo altamente falacioso. Desde cedo que os atletas lutam por conciliar a prática desportiva com a atividade escolar, e as barreiras que enfrentam não se tornam diferentes perante a realidade atual. Para além disso, é complicado compreender o porquê de não ser considerada a opção de aguardar a luz verde para se retomar as competições. Não, não é por se dar um nome diferente à época que se jogará no final de toda esta situação que os perigos serão menores. O vírus não detem essa capacidade de distinção (e mesmo que a tivesse, provavelmente não seria tão seletivo).
- O facto de, mesmo considerando impossível (na nossa opinião de forma errada) a opção de se realizarem as restantes partidas afetas à presente temporada, se optar por não atribuir títulos nem aplicar o regime de subidas e descidas. É verdade que não conseguimos prever qual seria o desfecho final dos acontecimentos, mas é errado descartar os resultados desenvolvido ao longo de quase 8 meses por muitas equipas, de forma a salvaguardar aquilo que poderiam eventualmente ser os resultados de algumas outras nos 2 meses que restavam desta época. É errado que um cenário hipotético se sobreponha àquela que foi a realidade observada durante meses a fio, fruto do trabalho e dedicação de jogadores, equipas técnicas e demais, que vêm todo o seu esforço ser desvirtuado de forma impetuosa.
- O facto de a imprevisibilidade que caracteriza o presente não permitir a segurança e estabilidade invocadas como produto desta medida. Não, o cancelamento desta temporada desportiva não confere aos clubes a aptidão de preparar da melhor forma possível a época 2020/21, dado que a incerteza atual afeta ambas, e não só a primeira. A época 2019/20 não é a causa desta pandemia, e não é a conclusão da mesma que irá resgatar a normalidade.
Não vamos deixar a época 19/20 cair no esquecimento
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