Petição Pública
Abaixo-assinado contra novos horários do Instituto Espanhol de Lisboa

Assinaram a petição 43 pessoas

Somos um grupo de pais e educadores de alunos do Instituto Espanhol de Lisboa Giner de Los Rios. Cidadãos portugueses e espanhóis residentes em Portugal. Muitos de nós ex-alunos desta escola. E alguns até filhos de ex-alunos. Num país como é hoje o Portugal moderno, decerto que não faltaria alternativa de ensino por onde escolhermos uma opção de qualidade para a educação dos nossos filhos. Mas optámos por confiar no projeto de ensino do Estado Espanhol representado em Portugal pelo IEL.

Teremos decerto como base dessa opção as mais variadas razões. Uns acreditam no espírito iberista, outros entendem a língua espanhola, a par com a portuguesa, línguas faladas nas sete partidas do mundo, como uma ferramenta de trabalho universal que estamos a facultar aos nossos filhos. As razões, como calcula, serão múltiplas, todas elas válidas, e as mais variadas. Mas todas elas se resumem a uma palavra essencial comum: confiança.

Vimos por isso manifestar a nossa mais profunda tristeza quando nos deparamos com uma direção, a quem confiamos o futuro dos nossos filhos, que trai a nossa confiança de um modo atroz e que despreza o bem-estar de todos aqueles por quem tem obrigação de zelar.

Como é do conhecimento de V. Exa, este ano letivo começou com grande instabilidade para os milhares de alunos e famílias, por via de uma alteração de horário dada a conhecer com apenas 48 horas úteis de antecipação e cujos argumentos que a fundamentaram são obscuros.

Até à data de hoje (2 de outubro), quase um mês corrido do início das aulas, e apesar de múltiplas diligências para alterar o horário, pela via do diálogo, e tendo em conta várias soluções que fossem ao encontro das múltiplas expectativas, os nossos filhos ainda estão a ser sujeitos a uma jornada contínua de 7 horas com dois intervalos de 15 minutos. E a almoçar depois das 15h15 da tarde.

Que argumentos pedagógicos podem subsistir a uma alteração de horário que obriga crianças e adolescentes a uma jornada contínua de 7 horas com duas pausas de 15 minutos apenas? Que argumentos válidos são invocados para justificar que crianças e adolescentes que se levantam, em alguns casos pelas 6 da manhã, tenham de esperar pelas 15h15 (muitos deles até bem mais tarde, em certos casos…) para terem direito a uma refeição quente, sentados, com tudo o que isso pode acarretar para a saúde de cada um?

Pergunto mesmo: a que horas estão autorizados os funcionários da Embaixada de Espanha em Portugal a almoçar?

Não tendo sido acautelados argumentos pedagógicos ou tidos em conta o superior interesse e direitos e garantias fundamentais das nossas crianças, elas que são o fim último da escola pública, pergunto: que outros interesses podem justificar esta decisão?

Que confiança merece uma direção que, fazendo tábua rasa do esforço que as famílias fazem todos os anos para organizar a sua logística familiar, a 48 horas de iniciar o ano letivo muda as regras anunciadas, atropelando todos os procedimentos, inclusivamente legais, num golpe inacreditável de bastidores, semeando caos e instabilidade?

Como é certamente compreensível, o descontentamento é generalizado e a revolta imensa. E está criado um ambiente que não favorece o necessário equilíbrio do ano letivo e dos alunos deste Instituto.

Vimos por isso apelar à intervenção de V. Exa de modo a que seja reposta a confiança dos pais e educadores no Instituto Espanhol de Lisboa, pedindo:

1.Destituição imediata de toda a direção do IEL Giner de Los Rios e criação de comissão provisória que não integre nenhum dos elementos atuais;


2.Reposição do horário inicial;


3.Constituição de um grupo de trabalho com vista à construção de uma plataforma de entendimento sobre novo horário a concertar, que inclua um representante dos pais de cada ciclo de ensino (Infantil, Primaria, ESO e Bachillerato), professores, representante do Estado Espanhol e Assistentes Operacionais do IEL Giner de Los Rios.


4.Envio de uma missiva a toda a comunidade educativa que reponha o diálogo e a confiança perdida que merecemos da escola.


Desta mensagem será dado conhecimento à Casa Real Espanhola, à Presidência da República Portuguesa, ao Governo de Espanha, ao Ministério da Educação e Formação Profissional de Espanha.



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