Petição Pública
PETIÇÃO PELA PRESERVAÇÃO INTEGRAL DA MATA NACIONAL DO CHOUPAL

Assinaram a petição 1 129 pessoas
A Mata Nacional do Choupal foi plantada em 1791 com o objetivo de mitigar o efeito das cheias do Mondego e proteger os campos agrícolas. A partir daí desenvolveram-se no local ecossistemas terrestres e aquáticos com uma rica biodiversidade. É hoje um local privilegiado para a prática de desporto e lazer e contacto com a natureza, sendo intensamente utilizado pelos habitantes da cidade de Coimbra e arredores. Tem por isso um inigualável valor histórico, cultural e natural e fornece serviços essenciais como a purificação do ar e descarbonização, e regulação da temperatura. Por tudo isto, a Mata do Choupal não pode ser posta em causa por qualquer plano de desenvolvimento urbano ou rodoviário.
Os subscritores desta petição rejeitam a inclusão de um viaduto rodoviário sobre a Mata Nacional do Choupal no âmbito do Plano de Pormenor da Estação de Coimbra (PPEC). O mesmo teria fortes impactos negativos sobre a Mata Nacional do Choupal:
1. O viaduto representa um acréscimo significativo de poluição do ar e sonora na Mata Nacional do Choupal com impacto direto sobre a fauna e a flora da mata, e perda consequente de biodiversidade, e até impactos diretos para os habitantes de Coimbra e frequentadores do Choupal e esta decisão contraria, em absolutamente, os objetivos de desenvolvimento sustentável propostos pela ONU.
2. A área escolhida para a construção do viaduto é a zona preferencial dos utentes da Mata em termos pedonais, e funciona como tampão à poluição sonora e atmosférica causada pelo tráfego do atual troço do IC2, fazendo uma vital continuidade com o corredor verde do Vale de Coselhas. A eventual construção de uma ponte automóvel, somada à duplicação da ponte ferroviária iria causar uma inevitável rutura nesta continuidade.
3. A existência de três viadutos no espaço de 250 metros não é apenas uma forma de poluição visual, que desqualifica o valor paisagístico do Choupal, mas funciona também como uma barreira urbana à circulação pedonal para quem quer aceder à Mata Nacional do Choupal a partir da Baixa da Cidade.
4. O valor patrimonial, cultural e histórico da Mata Nacional do Choupal não pode ser subalternizado a qualquer solução que vise resolver, a qualquer preço, problemas de tráfego automóvel.
Julgamos que há um conjunto de propostas que ao serem implementadas simultaneamente como um verdadeiro plano regional rodoviário se afiguram ambientalmente mais sustentáveis e, até mais racionais sobre um ponto de vista económico, pois aproveitam estruturas existentes e representam investimentos, onde são efetivamente necessários.
Esta tomada de posição contra a inclusão de um viaduto rodoviário no âmbito do Plano de Pormenor da Estação de Coimbra (PPEC) não desconsidera os impactos significativos resultantes da construção do novo viaduto ferroviário da Linha de Alta Velocidade sobre a Mata Nacional do Choupal, construído ao lado da atual linha ferroviária, que será desativada. Reconhecemos a importância do projeto da Alta Velocidade para Coimbra e Portugal, mas não vemos necessidade de se aceder ao comboio de Alta Velocidade a partir do centro da cidade de Coimbra. Os impactos sobre a Mata Nacional do Choupal e a necessidade imperiosa de se respeitar o leito de cheia desaconselham uma obra massiva como a que se está a perspetivar. O projeto da Alta Velocidade pode e deve avaliar as melhores soluções urbanísticas disponíveis e ter presente a Mata Nacional do Choupal como um todo indivisível, contíguo, a preservar, não a esventrar, como propõe o plano de pormenor.

Nomes dos subscritores:
Quercus Núcleo Regional de Coimbra
Iris – Associação Nacional de Ambiente
Campo Aberto - Associação de Defesa do Ambiente
ClimAção Centro
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