Os portugueses residentes em Moçambique apelam ao bom senso das entidades portuguesas competentes na reanálise das restrições que impõem uma quarentena de 14 dias aos portugueses que viajem de Moçambique para Portugal e que cancelaram os voos comerciais Maputo/Lisboa/Maputo.
Os portugueses residentes em Moçambique consideram-se negativamente discriminados pelas medidas impostas à Africa Austral e por consequência a Moçambique, que carecem de fundamento científico ou do ponto de vista de saúde, como foi bem atestado pelo diretor-geral da OMS e pelo secretário-geral da ONU, além de múltiplas outras entidades de realce público, como o escritor Mia Couto.
É discriminatório porque constatamos que Moçambique tem um número muito reduzido de casos (348 casos ativos a 4 de Dezembro), em contraste com o elevado número de casos nos países europeus, designadamente da nova variante, além de faltarem provas de que a origem da nova variante Omicron é efetivamente a Africa do Sul, já que foi detetada na Holanda umas semanas antes.
Moçambique está no nível 1 de infeção, em parte porque tem um conjunto alargado de medidas, que em muito superam as da Europa, designadamente os restaurantes fecham às 21 horas, há um recolher obrigatório à meia noite, não há venda de bebidas à noite, as pessoas usam máscara com muita frequência e é obrigatório em todos os locais públicos, e os comportamentos de risco são evitados, pois sabemos que os sistema de saúde tem uma capacidade resposta limitada.
Perante estes factos, os emigrantes portugueses em Maputo sentem-se discriminados e muito injustiçados, pois estas viagens coincidem com as férias escolares e são, por norma, a oportunidade para fazer cirurgias marcadas há meses, fazer exames, consultas, fazer ou completar vacinação de menores, etc. que só são possíveis duas vezes por ano; isto além da reunião com filhos, pais, avós e outros familiares, depois de meses de ausência.
Pedimos por isso a reposição dos voos regulares Moçambique-Portugal-Moçambique e a eliminação da quarentena de 14 dias.
Estamos solidários com todos os outros emigrantes portugueses que estão na mesma situação noutras geografias que foram alvo das mesmas restrições, assim como com todos os moçambicanos e demais nacionalidades que viram as suas vidas e os seus planos afetados por esta medida de grande injustiça e sem fundamento científico.
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