Petição Pública
Realização apenas de exames que servem como prova de ingresso no ensino superior.

Assinaram a petição 14.538 pessoas
Para: Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República; Exmo. Sr. Primeiro Ministro; Direção-Geral da Educação; Direção de Serviços do Júri Nacional de Exames; Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar.

Caríssimos,

No dia 13 de Março, terminou a normalidade escolar a que nós, estudantes, estávamos habituados, devido a esta pandemia que tanto nos tem afetado quer a nível social, económico ou pior ainda, chegando a tirar a vida de tantos milhares de portugueses até ao momento.
Todos os alunos de qualquer nível de ensino tiveram de se adaptar ao ensino à distância, ensino este que, geralmente, não é nada produtivo ou eficaz. Uma realidade diferente, difícil e injusta para aqueles que têm maiores dificuldades económicas que, até terem uma alternativa viável, viram-se desamparados. Por sua vez, os alunos com maiores dificuldades de aprendizagem, na ausência do ensino presencial, não foram capazes de reter a matéria lecionada como outros que, se calhar, sentiram menos dificuldades. Foi um tipo de ensino injusto, para todos. Os Exames, no ano letivo 2019/2020 foram “facilitados”, como ouvimos na comunicação social, e aqueles que os fizeram, reconhecem-no. No entanto, ninguém fala do esforço; do sacrifício que nós, alunos do Ensino Secundário, pusemos em cima da mesa para alcançar o sucesso naquelas que são as provas que determinam o resto do nosso percurso académico e profissional. Muitos alunos não tiveram o descanso suficiente entre os dois anos letivos, visto que estiveram presentes na segunda fase de Exames Nacionais, fase esta que terminou duas semanas antes do início do novo ano letivo, a nível nacional. Nós, alunos portugueses, estamos exaustos.
Agora, no ano letivo de 2020/2021, foi-nos apresentado um novo começo, com as devidas precauções e medidas restritivas, que exigem o dobro do esforço que habitualmente colocaríamos numa situação normal: têm de ser lecionadas matérias que não o foram no ano anterior, e outras tiveram que ser consolidadas porque, afinal, vamos ser sujeitos às provas finais novamente. Nós, os estudantes; as próximas gerações do nosso país, resignámo-nos às restrições apresentadas, ao que nos foi exigido. Em momento algum protestámos em praça pública o que nos estava a acontecer, até porque não podíamos. A culpa não é do governo, nem do Ministério da Educação. Só nos cabia aceitar tudo isso.
Agora, sentimos uma extrema falta de respeito por parte das camadas superiores desta hierarquia do ensino – nomeadamente do Ministério da Educação-, na qual não temos qualquer voz estudantil presente. Já saíram informações fornecidas pelo Presidente do Instituto de Avaliação Educativa (Iave), Luís Pereira, que indicam que o grau de dificuldade das provas será aumentado… E tudo bem, entendemos o motivo: é preciso atenuar a inflação na avaliação, pois é incompatível manter as médias do Ensino Superior tão elevadas que, ao mesmo tempo, não permite seriar e distinguir os alunos. Contudo, porque é que ninguém fala de abolir finalmente a obrigatoriedade da realização de dois Exames de duas disciplinas bienais (no caso do 11º ano) ou trienais (no caso do 12º ano), com caráter provisório enquanto a realidade assim o obrigar?
Foi um novo recomeço, mas a pandemia não terminou: está cada vez pior.
Muitos dos nossos colegas já se viram em isolamento profilático durante mais tempo do que aquele em que estiveram presentes nas escolas. Alguns alunos são novamente sujeitos ao ensino on-line (que, como já referimos, revela-se bastante defeituoso), enquanto que outros alunos ao ensino presencial. Não está a ser justo para ninguém. Sentimos que não nos respeitam; queremos uma solução adequada para todos!
Sugerimos, portanto, que, à semelhança do ano passado, os alunos realizem apenas os Exames Nacionais que serão necessários para o seu ingresso no Ensino Superior (enquanto provas de ingresso). Dado que estas provas finais constituem 30% da nossa nota final de disciplina, e visto que as nossas aprendizagens já estão comprometidas, as médias finais de ano serão ainda mais prejudicadas se se apoiar a atual obrigatoriedade de Exames não necessários.
Estamos muito gratos por não terem desistido de nós e do nosso ensino, mas cabe-nos agora “fazer barulho”, e mesmo que não façamos qualquer diferença, pelo menos tentar. É o nosso futuro que está em jogo.

Em nome de todos os signatários,
Daniela Sofia dos Santos Caleira (nº de Identificação Civil 14696415)
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