No passado dia 16 de Novembro, o Movimento Sobreviver a Pão e Água endereçou um pedido de audiência urgente ao Sr. Primeiro-Ministro, Dr. António Costa, e ao Sr. Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Dr. Pedro Siza Vieira.
Sem respostas e perante a urgência nacional que enfrentamos, cerca de uma dezena de membros do Movimento entraram no dia 27 de Novembro em greve de fome, dormindo em tendas em frente aos degraus da Assembleia da República, naquela que deveria ser a casa que representa todos os portugueses. E daí só sairão quando os ouvirem.
Com a saúde destes homens e mulheres cada vez mais debilitada devido à fome e à exposição aos elementos, voltamos a requerer, com a máxima urgência, que os ouçam. Voltamos a endereçar o pedido que humildemente, numa tentativa de diálogo pacífico e prolífico, encaminhámos no passado dia 16 de Novembro:
Vivemos tempos de excepção. Tempos em que se pede ao país, ao mundo, que enfrente um desafio ímpar nas nossas vidas. Que nos ergamos à altura das circunstâncias e assumamos o nosso papel na frente de batalha.
Nós, a restauração, o turismo, a hotelaria, os bares, as discotecas, a cultura, ouvimos o apelo. Fechámos portas quando assim foi preciso e reabrimo-las, reinventados, quando assim nos foi permitido.
No entanto, são portas abertas ao vazio. Um vazio de clientes, de respostas, de medidas de apoio. Um vazio criado pelo medo, pelas restrições, pelo desconhecimento.
Não ousamos querer saber mais que os cientistas e epidemiologistas. Não ousamos querer saber mais que a Direcção-Geral de Saúde, que o Governo. Seguimos apenas as normas que nos foram indicadas. Cumprimos, com rigor, determinação e celeridade, cada passo, cada regra, cada “não”.
E a cada dia que passa, vemos vizinhos, colegas e amigos fechar portas. Vemos as contas acumularem-se. Vemos as ruas vazias, as mesas vazias, o futuro vazio.
Sr. Ministro, o que pedimos é que olhe para nós. Que nos ouça. Que nos deixe ser parte da solução e não nos deixe para trás, como um problema.
Até hoje, fomos bandeira do nosso país. Levámos o nosso nome por esse mundo afora e trouxemos o mundo até nós. Conquistámos prémios em nome de Portugal, usando o país no peito. Trouxemos investimento, turismo, prestígio, receita. Pedimos que o nosso país nos escute agora e nos apoie como sempre o apoiámos.
Assim, vimos requerer uma audiência com a máxima urgência. Porque a situação é urgente. Porque no final deste mês, muitos os que de nós não fecharam ainda, terão de fechar as suas portas. Despedir equipas. Porque merecemos respostas. Merecemos respeito. Merecemos que nos ouçam e nos respondam. Porque nos erguemos quando nos pediram, pedimos agora que se ergam também.
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