Manifesto dos artistas de rua independentes e organizados por um espaço público livre de associações que o controlem e que o queiram gerir culturalmente.

Sabemos que um grupo de pessoas que não é artista de rua pretende, através de uma “associação” na qual se incluem alguns artistas de rua, privatizar o espaço público da cidade de Lisboa e gerir o mesmo culturalmente. Ou seja, pretende-se, assim, que um certo profissionalismo, com o qual não concordamos, tome para si as ruas por via do decreto ou da negociação com o poder autárquico: Câmara e Juntas de Freguesia.
Nós, artistas de rua, não concordamos em ser representados por intermediários seja em que circunstâncias forem, nem que as nossas vidas independentes sejam geridas por associações.
Não concordamos com mediadores culturais que querem administrar o espaço público em nosso nome, através de “associações” criadas especificamente para o efeito. Não queremos que venham manipular a nossa vida, nem fazer negócio à nossa custa.
Não queremos uma “associação” que pretende controlar as ruas, os artistas e as suas diversas formas de expressão cultural, debaixo da fachada de nos representar, e que faz ameaças aos artistas que não querem aceitar esta situação. Não queremos que uma “associação” possa decidir quem, onde e como actua no espaço público.
Não queremos que as ruas da cidade de Lisboa sejam privatizadas em nome de uma administração e de uma política culturais feita, em nosso nome, por uma pretensa “associação” de artistas de rua, na qual não nos revemos.
Desejamos permanecer livres, independentes e autónomos!

Por isto, defendemos a existência de licenças de trabalho acessíveis e a um preço simbólico, emitidas directamente pela Câmara a todos os artistas de rua sem excepção. Para isto, defendemos o diálogo directo com a Câmara de Lisboa, na pessoa da sua legítima representante, a Sra. Vereadora da Cultura.
O espaço público pertence ao público. Os artistas de rua afirmam que não querem nenhuma “associação” a gerir culturalmente, em seu nome, o seu espaço de trabalho, o qual, para mais, é público. Os artistas de rua são contra toda e qualquer intenção de serem geridos por intermediários.
Somos livres individualmente, somos independentes, não somos uma associação, nem queremos gerir a vida de nenhum artista de rua, muito menos o espaço público.
Somos contra monopolistas e oportunistas que pretendem falar em nosso nome, através de toda e qualquer associação.
Somos artistas de rua independentes! Manifestamos a nossa posição publicamente!

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