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Por uma nova travessia no Tejo

Para: Exmo. Sr. Ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Exmo. Sr. Ministro do Ambiente e da Transição Energética, Exmo. Sr. Presidente da Área Metropolitana de Lisboa e da Câmara Municipal de Lisboa, Exma. Sra. Presidente da Câmara Municipal de Almada, Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República, Exmos. Srs. Deputados e Sras. Deputadas

A PONTE 25 DE ABRIL JÁ NÃO CONSEGUE DAR RESPOSTA AOS MILHARES DE AUTOMOBILISTAS QUE A ATRAVESSAM TODOS OS DIAS. O TRÂNSITO ESTÁ UM CAOS, NÃO SE CONSEGUINDO SEQUER CIRCULAR EM DIREÇÃO À ZONA URBANA DE ALMADA. ALMADA E A RESTANTE MARGEM SUL DO TEJO NÃO CONSEGUEM DEIXAR DE SER UM DORMITÓRIO E ATRAIR EMPRESAS DE MODO A CRIAR E A FIXAR EMPREGOS SEM A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA TRAVESSIA. UM TÚNEL IMERSO ENTRE A TRAFARIA E ALGÉS QUE, APARENTEMENTE, É A SOLUÇÃO MAIS ECONÓMICA E CÉLERE: LIGAR A A33 À CRIL

Não é possível que Almada e outros municípios vizinhos na Margem Sul do Rio Tejo, deixem de ser apenas um dormitório e passem a ser centros de desenvolvimento e de pulsar económico no espaço da Área Metropolitana de Lisboa, se não houver uma nova travessia rodoviária no Tejo.

Todos os dias atravessam a Ponte 25 de abril, em média, cerca de 160 mil viaturas. As alternativas existentes estão longe de satisfazer as necessidades dos seus utilizadores. Existem, naturalmente, muitos automobilistas que necessitam de transporte próprio para se deslocar e que não terão nunca como opção o transporte público em direção à Margem Norte do Tejo. Ainda assim, o transporte público seria uma alternativa válida para alguns cidadãos, caso existisse mais investimento e mais quantidade e qualidade nas alternativas. Em termos de transportes ferroviários, a Fertagus transporta, anualmente, 19 milhões de pessoas. O estado da travessia fluvial (Transtejo e Soflusa) é péssimo. Falta de barcos, supressões constantes, degradação dos cais e a escassez de viagens em várias zonas não permitem um transporte de qualidade. Em termos rodoviários, a TST e a Carris têm, praticamente, as mesmas dificuldades que o comum automobilista: o trânsito é constante, as vias BUS escasseiam e a qualidade e quantidade de carreiras que circulam em direção da Lisboa e partem das zonas periféricas de Almada é fraca.

Este congestionamento em direção à Margem Norte (e no regresso à Margem Sul no final do dia) acarreta ainda outro tipo de problemas para o Concelho de Almada: a dificuldade de deslocação em direção à zona urbana do Concelho, onde está a maioria das escolas, tribunal, comércio e outros serviços. A chamada Rotunda do Centro Sul é um pandemónio constante e acumula trânsito de quem quer ir para Lisboa e para Almada. A centralidade do Concelho de Almada ajuda a gerar um imenso fluxo de tráfego todas as manhãs e os acessos alternativos à zona urbana de Almada, sofrem do mesmo mal. Todos estes factores resultam na multiplicação do trânsito que só tende a piorar.

Por outro lado, a Ponte Vasco da Gama, tendo em conta a sua distância e custos associados, cerca de 45km e portagem mais cara, não é uma alternativa viável. Se, por exemplo, a viagem for de Almada para o centro de Lisboa (Marquês de Pombal), são cerca de 75km (Centro Sul-Marquês de Pombal, via 25 de abril são 8km). Assim, a Vasco da Gama só é alternativa exceto em situações limites, se a 25 de Abril estiver mesmo cortada. Numa outra acessão, e perspetivando o futuro, com a construção do Aeroporto do Montijo, e o aumento de pressão populacional associado e o desenvolvimento expectável daquele lado da península a Vasco da Gama ainda vai ser menor opção para quem vive nas áreas mais próximas do litoral a sul do Tejo.

Numa perspetiva de longo prazo, tendo em consideração os grandes projetos urbanísticos previstos para Almada, como o Ginjal e/ou a Cidade da Água, os quais preveem atrair muitos milhares de habitantes, como é que, com as atuais condições de tráfego, se pode atrair investimento de qualidade. Com a agravante da assunção da atual inexistência de transporte fluvial adequado e funcional. Ou por outras palavras, quem é que estará disponível para investir 400 ou 500 mil euros, se não mais, num imóvel para depois demorar uma hora ou duas para chegar a Lisboa. Um indicador atual, é o número ínfimo de vistos gold atribuídos por investimentos imobiliários na Margem Sul. Ora, arriscam-se todos estes projetos, e mal comparado, porque aí, apesar de dispendioso existe a alternativa do ferryboat, a Almada ser uma segunda Tróia. Porquanto para se ir de carro, à volta, demora uma hora. Tal como hoje acontece com a alternativa da Ponte da Vasco da Gama, para se ir de Almada ao centro de Lisboa.

Desconhece-se também se o Consórcio Lusoponte tem o exclusivo da travessia do Tejo na zona de Lisboa. Sendo de mencionar que, recentemente, mais de 40% do seu capital social passou a pertencer à francesa Vinci, que por sinal tem a concessão, por muitos anos, dos aeroportos em Portugal. Se sim, se tem o monopólio, negoceie-se com este consórcio para a construção de nova travessia no Tejo. As necessidades das populações assim o exigem.

É ainda importante reforçar que esta solução não se sobrepõe à necessidade de mais investimento no transporte público, em especial após o acordo histórico entre os 18 municípios da AML (Carris Metropolitana) e a introdução da limitação no preço dos passes sociais a partir de abril de 2019. As carências existentes no transporte público na Margem Sul são já de si evidentes e condicionam a deslocação dos cidadãos neste território e, em especial, aqueles que o fazem em direção à Margem Norte. Neste sentido, e apesar dos detalhes que ainda não são conhecidos acerca do referido acordo, nomeadamente, no que diz respeito à integração dos transportes não rodoviários nesta nova estrutura, é importante salientar que, em resultado da redução no preços dos passes, é de esperar um aumento da procura pelo transporte público, o que obrigará, definitivamente, a um aumento do investimento nas diversas alternativas (rodoviárias, ferroviárias e fluviais) e em todas as vertentes (material circulante, recursos humanos, aumento das carreiras em circulação e melhoria das infraestruturas), assim como uma correta negociação das possíveis concessões por Concelho, para que não existam coroas que terminem a meio dos concelhos, entre outros problemas actualmente existentes. Ou seja, é possível e necessária a articulação destas medidas com uma nova travessia no Tejo.

Há que mudar a agulha, encetar por um novo paradigma, que tenha como horizonte a sustentação no pilar do reforço do investimento público. Prosseguir a coragem de se construir uma nova travessia no Tejo. E se o túnel imerso Trafaria-Algés for a melhor opção tendo em conta a trilogia da eficácia, da eficiência e da economia, dado que se está no plano dos recursos financeiros públicos, que se faça! Até porque investimentos públicos desta dimensão têm o apoio financeiro de fundos estruturais comunitários. Assim sendo, o investimento neste túnel imerso pode fazer parte do catálogo de investimentos do novo quadro comunitário que aí advém. Será uma boa oportunidade para mudar o lastro de desinvestimento público caracterizado pelas politicas anteriores e plasmado no atual quadro comunitário 2020.

Pelo exposto, o desenvolvimento económico e o aumento da bem-estar das populações de Almada e restantes concelhos da Margem Sul não é possível sem a construção de um novo acesso à Margem Norte. Em detalhe, a solução mais viável parece ser a construção de um túnel imerso entre a Trafaria e Algés, que, a valores de 2008 e segundo um estudo de J. L. Câncio Martins, seria na ordem dos 550 milhões de euros. Ou em linguagem de contas públicas, tão em voga no momento, quase 0,3% do PIB. De acordo com este estudo, a nova travessia permitiria retirar da atual Ponte 25 de Abril, cerca de 60 mil automóveis diários. De ressalvar, que na opção pela nova travessia, a facilidade aos excelentes acessos já existentes, nomeadamente a A33, que atravessa ou está próxima de diversos concelhos da Península de Setúbal, facilitaria a construção desta travessia e descongestionaria, de forma substancial, a Ponte 25 de abril.

Em simultâneo, para que Almada e os concelhos circundantes possam incrementar a sua oferta no que concerne ao acolhimento de empresas e a criação e fixação de novos postos de trabalho, ou mesmo que se possam evitar tantos movimentos pendulares de trabalhadores para a Margem Norte, com a falta de mobilidade existente, torna-se difícil que este Concelho seja atrativo para a instalação de empresas. Exemplo do Business Center, em Almada, com a sua deficiente ocupação apesar as excelentes condições. Dado que, com tanta dificuldade em circular e conseguir atravessar, em tempo, a ponte, não é expectável, considerando as dinâmicas empresariais de hoje, que empresários/empreendedores se estabeleçam na Margem Sul.

Por conseguinte, se queremos um futuro melhor, se queremos aumentar o bem-estar das populações de Almada e dos concelhos adjacentes, pois são horas, dias, semanas que se passam no trânsito e que, desta forma, são retiradas à qualidade de vida dos cidadãos, urge acolher este projeto do túnel imerso da Trafaria-Algés. Projetar para que esta nova travessia seja construída num futuro próximo, aproveitando o novo quadro comunitário que se adivinha, até porque com a pressão urbanística atual cada vez vai ser mais difícil circular em Almada. O futuro em Almada tem mesmo de ser melhor.

Os subscritores,
Arnaldo Leite
Miguel Lourenço
Pedro Dias Pereira
Pedro Fernandes
Pedro Lucas



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Esta petição foi criada em 10 Novembro 2018
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