Não queremos o nosso PR e PM na posse de Jair Bolsonaro
Para: Todos os portugueses
Jair Bolsonaro foi eleito presidente da República Federativa do Brasil no passado dia 28 de outubro. A eleição foi livre e decorreu dentro das regras dos regimes democráticos. Quanto a isso nós, democratas portugueses, nada temos a opor.
No entanto, como é do conhecimento geral, o o presidente eleito prima pelas suas convicções anti-democráticas, entre as quais se incluem o elogio da ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, a apologia da tortura, o segregacionismo e o desprezo votado aos direitos humanos universais.
Todas estas posições foram repudiadas pela generalidade da sociedade portuguesa, com raras exceções. Contam-se pelos dedos os apoios que as declarações públicas de Jair Bolsonaro angariaram em Portugal, passando por todos os atores do nosso espectro político, da direita à esquerda.
As nossas mais altas figuras de Estado serão inevitavelmente convidadas para a sua tomada de posse, a 1 de janeiro de 2019. Não é de nosso entendimento que Portugal deva colocar em causa a legitimidade do ato eleitoral, mas pensamos que deve enviar uma forte mensagem a Jair Bolsonaro. Não vamos pactuar com atropelos ao Estado de Direito e ameaças veladas (ou nem tanto) à democracia brasileira.
Assim, rogamos ao nosso Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao nosso Primeiro-Ministro, António Costa, que declinem o convite que lhes for endereçado. É uma forma simbólica, mas significativa, de mostrar o nosso desacordo com o rumo que Jair Bolsonaro pretende para um país com o qual mantemos laços indeléveis. Sugerimos que Portugal se faça representar pelo Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas ou outra figura de estado de hierarquia semelhante.
