Contra a destruição de 150 hectares de terrenos protegidos

Enquanto cidadão e na qualidade de residente no Vale do Leça ca, mais concretamente na freguesia de Lamelas/Guimarei, vizinha de Água Longa, e também na qualidade de autarca, quero deixar claro que sou frontalmente contra a construção de uma zona industrial com 150 hectares, por várias ordens de razão:

A construção de uma zona industrial com 150 hectares, o equivalente a 150 campos de futebol, descaracterizava a freguesia de Água Longa e o Vale do Leça. O território do Vale do Leça tem um traço marcadamente rural, que o distingue do resto do concelho. As populações do Vale do Leça escolheram viver nesta zona do concelho, precisamente pelas suas características intrínsecas.

O impacto eco ambiental seria brutal, já que o solo em causa integra a reserva ecológica e constitui uma mancha florestal determinante para o equilíbrio ambiental de todo o Vale do Leça e para a qualidade de vida das populações, nomeadamente para as futuras gerações.

Relembro àqueles que não conhecem o Vale do Leça que aquando da construção do viaduto que liga a freguesia de Água Longa à A41, vários partidos, entre eles o PSD, uniram-se às populações para impedir a destruição de uma parte da mancha florestal e de terrenos protegidos, apesar de tudo, muito inferior aos 150 hectares que a candidata da coligação “POR TODOS NÓS” pretende destruir.

A freguesia de Água Longa está “cercada” por zonas industriais (Alfena, Seroa e Maia), que ainda têm edificado por ocupar, e por isso, a estratégia não pode passar por imitar os concelhos vizinhos com quem competimos. Na minha opinião, faz sentido potenciar e orientar a zona de iniciativa empresarial que nasceu espontaneamente em Água Longa, mais concretamente no percurso que liga a freguesia ao concelho da Trofa através da EN 318, estrada que precisa de ser melhorada, criando um pequeno polo empresarial, orientado para micro e pequenas empresas de design e de base tecnológica, que passaria pela construção de uma nave com duas dimensões: uma que serviria para estimular o empreendedorismo através de um centro de incubação e outra para garantir a permanência dos projetos que tivessem mérito.

Acresce que existem outras zonas industriais em Santo Tirso com enorme potencial de crescimento e ainda com muitos espaços devolutos, nomeadamente em Fontiscos, Poupa, Picaria, Alto da Cruz, Várzea do Monte, Agrela, Boavista, Vilarinho, etc.,etc.,etc.

Além disso, ainda temos algumas indústrias de grande dimensão desativadas, que podem e devem ser recuperadas e transformadas em pequenas unidades, capazes de acolherem pequenas e médias empresas.

Espero que a candidata à câmara de Santo Tirso pela coligação PSD-PP Andreia Neto, tenha o bom senso de deixar cair esta proposta. Caso não o faça, contará com a firme oposição das populações de Água Longa e das restantes freguesias do Vale do Leça.

Apelo aos cidadãos em geral e particularmente aos residentes no Vale do Leça, que subscrevem esta petição que será enviado à deputada e candidata à câmara Andreia Neto, às juntas de Freguesia do Vale do Leça, câmara Municipal, Assembleia da República e Ministro do Ambiente.

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