INVESTIGAÇÃO INTERNACIONAL À RESPOSTA OPERACIONAL AO INCÊNDIO DE PEDROGÃO GRANDE, E ÀS POLÍTICAS NACIONAIS DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS FLORESTAIS.
Para: Exmo. Sr. Presidente da Assmbleia da República
Passados alguns dias sobre a recente tragédia que assolou Portugal, e respeitando o luto do elevado número de vítimas, são exigidas agora respostas sobre o sucedido.
Estando certo de que uma investigação exaustiva e imparcial ao sucedido nos últimos dias, bem como às políticas adoptadas pelos sucessivos governos, não pode ser levada a cabo pelo Governo e diversas entidades nacionais, completamente envolvidas na definição e implementação das políticas que nos trouxeram a esta situação, torna-se absolutamente indispensável uma investigação levada a cabo por uma comissão internacional, com a isenção necessária para a obtenção das exigidas respostas ao sucedido.
De maneira a que possamos como país, retirar conclusões sobre os recentes acontecimentos, bem como sobre o melhor caminho a seguir, para que as futuras gerações possam combater este problema com uma preparação maior, com que as gerações passadas e actuais não se souberam munir, peço portanto a V. Exa. a nomeação de uma comissão constituída por elementos da Comissão/União Europeia, bem como de um corpo técnico, operacional e académico, altamente especializado, proveniente de países com problemas similares ao nosso na questão dos incêndios florestais (Chile, Austrália, Canadá, EUA, Espanha), mas que possuem abordagens na resolução do problema completamente distintas das seguidas em Portugal.
As conclusões deste relatório terão de ser tornadas públicas e constituirão um elemento fundamental na discussão do apuramento de responsabilidades do sucedido e na orientação de novas políticas que nos permitam mudar de rumo, tendo sempre presente que esta mudança terá de ser feita com carácter urgente mas com resultados de uma vez por todas visíveis no médio/longo prazo.
A origem desta petição não tem por de trás quaisquer motivações políticas ou partidárias. Visa chamar a atenção que qualquer investigação levada a cabo por membros da Assembleia da República, ou pelos diversos organismos nacionais excessivamente politizados, responsáveis directos pela definição e implementação das políticas que nos trouxeram a este ponto, inviabiliza a obtenção de respostas conclusivas e imparciais exigidas pela sociedade portuguesa.