Inclusão de uma alternativa vegetariana nas cantinas/refeitórios das escolas
Para: Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores
Os motivos que podem levar à adopção de uma alimentação vegetariana podem ser éticos (relacionado com a protecção, bem-estar e direito dos animais) ecológicos ou de saúde.
Nos últimos anos, acumulou-se evidência científica a favor do aumento, na nossa alimentação, de produtos de origem vegetal.
A evidência aponta não só para a importância do consumo regular de produtos de origem vegetal, como para o facto de uma alimentação exclusivamente baseada nestes produtos ser igualmente ou até mais protectora da saúde humana. Por outro lado, sabemos hoje que uma alimentação exclusivamente vegetariana, quando bem planeada, pode preencher todas as necessidades nutricionais de um ser humano e pode ser adaptada a todas as fases do ciclo de vida, incluindo a gravidez, lactação, infância, adolescência e em idosos ou até atletas.
Em termos ambientais, a agropecuária tem um grande impacto, nomeadamente na emissão de gases de efeito estufa, desflorestação, contaminação de água e solos, assim como as quantidades exorbitantes de água utilizadas para a produção de carne.
A Direcção Geral de Saúde já disponibilizou guias com linhas de orientação para uma alimentação vegetariana saudável, alimentação vegetariana em idade escolar, assim como um guia de planeamento de refeições vegetarianas para crianças em restauração colectiva.
Estes guias permitem deter conhecimento de como adoptar uma alimentação vegetariana, assim como demonstrar como em contexto de restauração colectiva, como é o caso das escolas, é possível ter refeições vegetarianas saudáveis e mais baratas do que as de origem animal.
O facto de uma escola não ter esta opção, limita, descrimina e exclui uma criança com uma alimentação distinta.
Desta forma, torna-se imperativo incluir nas cantinas/refeitórios das escolas uma alternativa vegetariana.