Carta de Princípios para o Pego do Inferno
Para: Câmara Municipal de Tavira
No âmbito do Projeto Europeu PLACES, O Centro Ciência Viva de Tavira, em colaboração com a Câmara Municipal de Tavira e o e-GEO da FCSH-UNL, promoveu um conjunto de iniciativas para lançar o debate sobre a atual situação do Pego do Inferno e quais as possíveis estratégias para o futuro deste local. No seguimento da realização de um Inquérito à população e de dois encontros de reflexão e trabalho colaborativo sobre o Pego do Inferno, elaborou-se uma CARTA DE PRINCÍPIOS para a utilização daquele local, que em seguida se expõe. Esta carta pretende sintetizar as conclusões dos encontros, expressando as preocupações relativamente ao estado atual do Pego do Inferno e propondo alguns caminhos para a resolução dos atuais problemas.
CARTA DE PRINCÍPIOS PARA O PEGO DO INFERNO
1. O Pego do Inferno representa um importante valor natural, cultural, turístico e social do concelho de Tavira, reconhecido pela sua população como tal, que deve ser protegido de forma a ser preservado para usufruto das gerações futuras como área de lazer e de educação ambiental e cultural.
2. A degradação da zona envolvente ao Pego do Inferno deve ser travada de imediato, com a sua recuperação a curto prazo, nomeadamente dos respetivos acessos, assegurando a sua utilização em condições de segurança.
3. O Pego do Inferno deverá ser um local que privilegie a educação ambiental, o desenvolvimento de percursos de natureza e a sua interpretação e a promoção do património natural e cultural, em detrimento de outras funções e usos que comprometam estas atividades.
4. Deverá ser encontrado um modelo de recuperação e gestão que envolva não apenas a Câmara Municipal de Tavira, mas também os cidadãos que tenham como preocupação a preservação do Pego do Inferno.
5. Deverá ser elaborado e implementado um modelo de gestão que respeite as características do local, delimitando a área de intervenção no território-rede em que se insere o Pego do Inferno, em função da sua capacidade de carga, limitando e regulando usos e funções (como por exemplo o campismo e uso balnear) que ponham em causa o valor do local e a segurança dos utilizadores.
6. A Câmara Municipal de Tavira deverá intervir, de forma a garantir uma maior rapidez na resolução dos conflitos de interesse atualmente existentes, mediando os potenciais interessados em desenvolver a área envolvente do Pego do Inferno, de acordo com os princípios claramente definidos num modelo de ordenamento e gestão.
7. Deverão ser levadas a cabo ações de procura de fontes de financiamento, que não se limitem apenas a fundos públicos, mas que envolvam também sinergias entre entidades e cidadãos preocupados com o atual estado do Pego do Inferno e zona envolvente, como por exemplo campanhas de financiamento coletivo (crowdfunding).
8. A divulgação e promoção do Pego do Inferno deverá apenas ser feita quando estiverem reunidas as condições mínimas de segurança e sustentabilidade para uma visitação segura do local.
